terça-feira, 28 de março de 2017

Programa ajuda mulheres diagnosticadas com câncer a congelar óvulos

Projeto pode subsidiar custos do processo em até 100%. Congelamento é alternativa para risco de infertilidade com tratamento


Da Redação - Publicado: 23/01/2017 - Atualizado: 17/02/2017
http://ladoaladopelavida.org.br/portal/noticia/programa-ajuda-mulheres-diagnosticadas-com-cancer-a-congelar-ovulos


Além de todos os dilemas que envolvem o tratamento até a cura do câncer, uma das preocupações das mulheres é saber se poderão engravidar após o processo. A preocupação surge principalmente porque alguns tratamentos podem afetar a fertilidade feminina.

Para garantir mais tranquilidade para as mulheres, surge um programa social que oferece uma importante alternativa às pacientes que sonham em ser mães e se deparam com um diagnóstico de câncer. A Ferring Pharmaceuticals lança, em parceria com o Instituto Paulista de Ginecologia e Obstetrícia (IPGO), Huntington e Idea Fértil o Programa Proteger, que permitirá a mulheres diagnosticadas com câncer congelar os óvulos com custo subsidiado em até 100%.

Pelo projeto social as mulheres que passarão por tratamento de câncer podem receber gratuitamente o medicamento Menopur (gonadotrofina), usado na indução de ovulação para congelamento de óvulos. Com a estimulação é possível coletar um maior número de óvulos rapidamente, possibilitando que logo se comece o tratamento

Para viabilizar o projeto, a Ferring estabeleceu parcerias com três renomadas clínicas de reprodução assistida: Instituto Idea Fértil de Saúde Reprodutiva, que têm à frente o ginecologista Caio Parente; o Instituto Paulista de Ginecologia e Obstetrícia (IPGO), dirigido por Arnaldo Cambiaghi, ginecologista obstetra e especialista em reprodução humana; e com a Huntington Medicina Reprodutiva, coordenada pelo Dr. Maurício Barbour Chehin.

Para participar do programa, as mulheres devem conversar com seu oncologista antes de começar o tratamento e com o laudo de autorização do profissional em mãos, inscrever-se em uma das clínicas parceiras e avisar que quer fazer a preservação da fertilidade pelo Programa Proteger.


Ferring lança programa social sem precedentes no Brasil

Equipe Oncoguia - Data de cadastro: 07/12/2016 - Data de atualização: 07/12/2016
A incidência de câncer em mulheres em idade fértil tem crescido, segundo dados do Ministério da Saúde1. Esse fenômeno fez aumentar a preocupação de especialistas com a fertilidade das mulheres. Afinal, embora o assunto ainda não seja amplamente divulgado, tratamentos oncológicos como quimioterapia e/ou radioterapia podem comprometer a fertilidade, como um efeito colateral. Ou até mesmo indiretamente, quando o tratamento causa atrasos na reprodução e permitem o declínio natural da fertilidade.

Ciente dessa nova realidade, a Ferring Pharmaceuticals acaba de lançar, em parceria com o Instituto Paulista de Ginecologia e Obstetrícia (IPGO), Huntington e Idea Fértil, o Programa Proteger. Trata-se de um projeto social que permitirá às mulheres que venham a se submeter a um tratamento oncológico, receber gratuitamente o medicamento Menopur (gonadotrofina), o mais utilizado na indução de ovulação para congelamento dos óvulos. A estimulação contribuiu para a coleta de um número maior de óvulos e de forma rápida, permitindo o início da conduta oncológica em poucos dias.

Uma eventual diminuição na fertilidade em um tratamento oncológico ainda é um assunto pouco debatido. O congelamento dos óvulos é a opção mais indicada para as pacientes que pretendem ser mães. Por ser um procedimento de alto custo, torna-se inacessível para algumas mulheres. "O Proteger é uma retribuição à sociedade e chega para mudar esse cenário. É uma iniciativa da Ferring não só no Brasil como em outros países onde atua. Demonstra nosso compromisso com a sociedade e com o paciente”, afirmou Alexandre Seraphim, gerente geral da Ferring.

Para auxiliar as mulheres neste sonho, a Ferring estabeleceu parceria com três renomadas clínicas de reprodução assistida: Instituto Idea Fértil de Saúde Reprodutiva, que têm à frente o ginecologista Caio Parente; o Instituto Paulista de Ginecologia e Obstetrícia (IPGO) dirigida por Arnaldo Cambiaghi, ginecologista obstetra e especialista em reprodução humana; e com a Huntington Medicina Reprodutiva, coordenada pelo Dr. Maurício Barbour Chehin. Aliadas à Ferring, elas atuarão para promover e facilitar o acesso à preservação da fertilidade.

Aquelas que desejarem participar do programa Proteger devem conversar com seu oncologista antes de iniciar o tratamento e solicitar autorização para o tratamento de indução da ovulação. Com o laudo do oncologista, a paciente deve se inscrever em um dos três parceiros.

O programa consiste em: consulta médica com especialista em reprodução humana, realização de exames, indução da ovulação com medicamentos, coleta dos óvulos, congelamento e preservação em laboratório.

Todas as clinicas parceiras priorizarão o atendimento das pacientes que estão no programa. Segundo o coordenador médico da Huntington, Dr. Maurício Barbour Chehin a iniciativa é excelente. ”Felizmente, pela primeira vez, vemos um programa como esse no Brasil. Essas ações vão certamente aumentar e facilitar o acesso para mulheres com diagnóstico de câncer. Para muitas, o impacto da notícia da infertilidade é mais traumatizante do que o próprio câncer. Esse tratamento oferece a oportunidade de, ao alcançarem a cura, realizar o sonho de ser mãe fertilizando um óvulo”, detalhou.

O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima 596 mil novos casos de câncer no Brasil no ano de 2016, sendo 300.870 destes diagnósticos entre as mulheres, o que evidencia a importância desse tipo de iniciativa.

Referências

Datasus
Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva. Incidência de câncer no Brasil. Disponível no site do INCA.

quarta-feira, 22 de março de 2017

Quase metade dos pacientes com câncer tem a quimioterapia interrompida no estado do Rio

Débora Cristina Bezerra recebe o carinho dos pais após uma sessão de quimioterapia Foto: Guilherme Pinto / EXTRA
Flávia Junqueira e Geraldo Ribeiro
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 A última sessão de quimioterapia de Débora Cristina Bezerra França no Hospital Mario Kröeff, na Penha, foi na terça-feira. Até a tarde de ontem, ela ficou na cama. Antes, não havia sentido tanto cansaço e dor. A medicação fora trocada após a inicial ter acabado na unidade, informaram para a manicure de 34 anos. A interrupção do tratamento por desabastecimento acontece em 42% dos 19 hospitais que tratam câncer no Rio — na maioria deles, de forma contumaz. Como o EXTRA vem mostrando na série “Um Estado terminal”, essas unidades foram avaliadas, entre outubro e novembro do ano passado, pelo Conselho Regional de Medicina (Cremerj).
Os números da pesquisa refletem a dor de quem precisa lutar por um tratamento tão agressivo como a quimioterapia. E isso acontece com 46% dos pacientes com câncer que dependem do SUS no Rio.
— Tudo o que eu mais quero é acabar logo com a quimioterapia. É muito agressiva. Dos 12 ciclos, fiz cinco. Desde que caí no Sisreg (Sistema de Regulação), demorei a encontrar vaga no hospital e fazer exames, como ressonância e tomografia. O tempo, para a gente que está sofrendo, é muito grande. Um dia é como uma eternidade — diz Débora.


Simone Mattos Brandão, de 45 anos, teve a quimioterapia interrompida duas vezes por falta de medicação, no Hospital Federal de Bonsucesso Foto: Flávia Junqueira / EXTRA

Simone Mattos, de 45 anos, começou a quimioterapia em 2 de maio, no Hospital Federal de Bonsucesso:
— Na terceira sessão, não tinha remédio. Isso aconteceu outras duas vezes.
A dona de casa teve o diagnóstico de câncer de mama confirmado, em abril do ano passado, no Hospital Federal de Bonsucesso.
— É angustiante, porque você sabe que depende da quimioterapia para ter uma chance de ficar viva. Em novembro, faltavam duas sessões para terminar a quimioterapia e eu ser operada. Então, a médica decidiu que eu faria as duas sessões no mesmo mês, para não correr o risco de faltar. Não podia mais adiar a cirurgia, que foi feita em 18 de janeiro — conta Simone.
A falta de medicação e de estrutura nas salas de quimioterapia ambulatorial também atrasa o início do tratamento. Paciente do Mario Kröeff, Suely Martins Paes, de 57 anos, só fez a primeira sessão cinco meses depois da cirurgia na mama.
Segundo a oncologista Sabrina Chagas, o benefício da quimioterapia curativa ocorre até oito a 12 semanas após a cirurgia para a maioria dos cânceres:
— Depois, perde-se a qualidade do tratamento. Não sabemos seu real benefício.




O Ministério da Saúde informou ontem que os hospitais de Bonsucesso, Andaraí e Servidores estão recebendo apoio de outras unidades federais para a realização de quimioterapia e exames em pacientes com câncer, enquanto aguardam a entrega de medicamentos já comprados. Além disso, está em andamento a contratação de três oncologistas para o Bonsucesso.
A diretora técnica do Mario Kröeff, Cátia Helena Fernandes, informou que está tentando aparelhar e reestruturar a unidade. Para ela, os problemas ocorrem por falhas no SUS, que dispõe de uma pequena oferta de alguns exames, trabalha com uma tabela para contratação de serviços com valores defasados há mais de 30 anos e submete os doentes a uma fila única.

Confira a nota do Ministério da Saúde na íntegra:
Os hospitais federais de Bonsucesso (HFB), do Andaraí (HFA) e dos Servidores do Estado (HFSE) estão contando com o apoio do restante da rede do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro, em especial do Instituto Nacional de Câncer (Inca), para a realização de sessões de quimioterapia e exames em pacientes oncológicos, além do fornecimento de medicamentos já empenhados que ainda não chegaram dos fornecedores. Paralelamente, estão acelerando o máximo possível a entrega desses medicamentos. A contratação de mais três oncologistas para o HFB também já teve início.
Os hospitais do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro ampliaram em até 25% de 2015 para 2016 o atendimento oncológico (consultas a pacientes com câncer e sessões de quimioterapia), além dos atendimentos a pacientes com câncer que chegam direto nas emergências. O protocolo de atendimento do Inca passa a ser utilizado em todos esses hospitais. É resultado da redefinição do perfil assistencial e cirúrgico que deve ampliar ainda mais os serviços de tratamento do câncer, uma demanda crescente entre a população do estado.
Além de oferecer serviços do SUS em seis hospitais e três institutos federais, o Ministério da Saúde ampliou em 12% os recursos para tratamentos oncológicos (cirurgias, radioterapias e quimioterapias), passando de R$ 141,5 milhões para R$ 159,5 milhões de 2010 a 2016, no estado do Rio de Janeiro. Cabe ressaltar que o SUS oferece atendimento integral (diagnóstico e tratamento) e gratuito para todos os tipos de câncer. Entre os tratamentos estão cirurgias oncológicas, quimioterapia, radioterapia, hormonioterapia e cuidados paliativos.

quarta-feira, 15 de março de 2017

Defensoria pede inquérito para investigar descaso em tratamento oncológico


Segundo Cremerj, 19 hospitais estão com falta de remédios, equipamentos e até de profissionais especializados na área

14/03/2017 14:54:50
O DIA

Rio - Pacientes oncológicos que precisam receber tratamento contra o câncer encontram falta de remédios, equipamentos e até de profissionais em 19 hospitais do Rio. A informação foi divulgada pelo Conselho Regional de Medicina (Cremerj) na manhã desta terça-feira. Ainda de acordo com os dados, os exames e tratamentos, que por lei devem começar em até 60 dias, estão levando até 4 meses para ter início. A Defensoria Pública da União (DPU) também acompanhou as vistorias do órgão e pediu a abertura de um inquérito para investigar a omissão das unidades.

De acordo com o presidente do Cremerj, Nelson Nahon, o Hospital Geral de Bonsucesso, na Zona Norte, é a unidade hospitalar em pior situação. No local não existem remédios básicos para o tratamento do câncer, como morfina. "Estamos perdendo o tempo ideal para o tratamento, acabando com a chance de cura e comprometendo a qualidade de vida do paciente", afirmou. Segundo Nahon, os pacientes que são tratados no Hospital Geral de Bonsucesso, por conta dos problemas, terão apenas 30% de cura.

Segundo o promotor Daniel Macedo, a DPU vai pedir à Polícia Federal a abertura de inquérito para investigar a omissão dessas unidades e de seus gestores pelos crimes exposição da vida ou saúde de terceiros em perigo. Ele também encaminhou ofício ao Ministério Público para que se investigue a improbidade administrativa nos hospitais federais de Bonsucesso, Andaraí, na Zona Norte, Cardoso Fontes, em Jacarepaguá, na Zona Oeste, e do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA).

"Os recursos recebidos por esses hospitais seriam perto do ideal se eles tivessem uma gestão qualificada. Mas o que a gente percebe é que há indícios de fraude licitatória na aquisição de medicamentos quimioterápicos". Além de uma investigação pelo MP, a defensoria pediu que o Tribunal de Contas da União (TCU) "faça uma varredura nas licitações" dos hospitais federais do Estado.


Reportagem do estagiário Rafael Nascimento

segunda-feira, 13 de março de 2017

5 mitos e verdades sobre o câncer antes dos 30 anos

Segundo pesquisa recente do Inca, o câncer é a segunda maior causa de morte de pessoas entre 15 a 29 anos no Brasil
access_time6 mar 2017, 13h20 - Atualizado em 6 mar 2017, 15h13
http://exame.abril.com.br/estilo-de-vida/5-mitos-e-verdades-sobre-o-cancer-antes-dos-30-anos/



O tabagismo pode contribuir para surgimento de alguns tipos de câncer ainda na juventude (Terroa/Thinkstock)
São Paulo – Uma pesquisa recente divulgada pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) revelou que o câncer é a segunda maior causa de morte de pessoas entre 15 a 29 anos no Brasil, perdendo apenas para “causas externas”, que envolvem óbitos por acidentes e violência.

Entre os anos de 2009 e 2013, estima-se que 17.500 jovens morreram no país por conta da doença. Mas o que faz pessoas tão jovens desenvolverem câncer? Apenas fator genético? Ou o estilo de vida pode influenciar no aparecimento da doença tão precocemente?
EXAME.com conversou com o oncologista Roberto de Almeida Gil, da Oncoclínica no Rio de Janeiro, para desmitificar os mitos sobre o câncer na juventude.

Confira abaixo os mitos e verdades sobre o câncer antes dos 30 anos, segundo o especialista:
1 – O câncer antes dos 30 anos é 100% hereditário? 
Mito. De acordo com Gil, é importante sim que as pessoas conheçam a sua história familiar, já que o câncer hereditário se manifesta predominantemente em pacientes com menos de 50 anos, mas alerta que não é só isso.

“Atualmente, estamos expostos a muitos agentes químicos, físicos e biológicos que podem causar a doença. Bons hábitos alimentares, exercícios físicos, não fumar, controlar a ingestão de bebidas alcoólicas, usar preservativos, cuidar da exposição ao sol e manter hábitos sexuais saudáveis são atitudes que podem prevenir o desenvolvimento do câncer antes dos 30”, explica o especialista.
2 – Sobrepeso e obesidade podem causar câncer?
Verdade. Segundo o oncologista, o sobrepeso e a obesidade podem estar relacionados aos seguintes tipos de câncer: intestino, endométrio, próstata, pâncreas e mama.
“Hábitos importantes como o combate ao sedentarismo e a redução do consumo de alimentos industrializados e embutidos são essenciais para diminuir os riscos do surgimento da doença”, afirma Gil.
3 – Existem vacinas que previnem certos tipos de câncer antes dos 30?
Verdade. Uma grande arma da medicina moderna é a vacina contra o HPV, que previne câncer de colo de útero. Segundo o especialista, existem dois tipos de vacina no mercado: as bivalentes e as tetra valentes.

Inicialmente, o governo disponibilizou a vacina para meninas de forma gratuita. Entretanto, com a percepção de que o vírus do HPV também causa câncer de orofaringe, os meninos também estão sendo vacinados na rede pública.
A vacina de Hepatite B podem também pode prevenir alguns tipos de câncer.
4 – O tabagismo pode provocar câncer somente após os 50 anos?
Mito. De acordo com Gil, o câncer esporádico, ou seja, aquele não hereditário ocorre frequentemente após os 50 anos devido ao acúmulo de mutações que se perpetuam no nosso código genético, mas a doença pode aparecer antes e a iniciação precoce do tabagismo pode contribuir para surgimento de alguns tipos de câncer ainda na juventude.

5 – Toda mulher que contrai HPV terá câncer?
Mito. O vírus do HPV é a principal causa do desenvolvimento do câncer uterino. De acordo com o oncologista, há, no entanto, 40 tipos de vírus HPV e nem todos causam câncer. “Para que esse tipo de câncer surja, há outros fatores associados, como baixa imunidade, tabagismo, múltiplos parceiros sexuais”, explica Gil.


quarta-feira, 8 de março de 2017

Método com laser e bactérias marinhas trata câncer de próstata


http://veja.abril.com.br/saude/metodo-com-laser-e-bacterias-marinhas-trata-cancer-de-prostata/
O novo método usa laser e um medicamento feito de bactérias para eliminar os tumores, sem causar os severos efeitos colaterais de terapias tradicionais
Um novo método promete tratar o câncer de próstata sem efeitos colaterais. O tratamento inovador utiliza lasers, bem como um remédio feito de bactérias marinhas para eliminar os tumores e já é considerado um avanço significativo no combate à doença. De acordo com o estudo publicado recentemente na revista científica The Lancet Oncology, a abordagem foi completamente efetiva em quase metade dos pacientes submetidos a ela.

As terapias disponíveis atualmente envolvem cirurgia e radioterapia e, frequentemente, deixam como sequelas a impotência e diferentes graus de incontinência urinária. Isso é uma das razões pelas quais muitos homens demoram para procurar tratamento. “Isso [o novo tratamento] muda tudo”, explica Mark Emberton, cientista e médico que testou a nova terapia no University College de Londres, na Inglaterra.
Abordagem inovadora
O medicamento utilizado no novo tratamento é feito de bactérias que vivem em regiões profundas do oceano, praticamente na escuridão, e que ativam suas toxinas quando expostas à luz. A intervenção com o laser é feita através da inserção de dez fibras óticas na região do períneo – o espaço entre o ânus e os testículos para alcançar a próstata.
A ativação dos laseres estimula o medicamento injetado na corrente sanguínea, responsável por “matar” os tumores. Os testes clínicos, realizados em 47 hospitais europeus com 413 pacientes mostrou que 49% dos pacientes entraram em remissão completa após o tratamento. Posteriormente, apenas 6% dos homens precisaram ter a próstata removida, em comparação com 30% dos pacientes que não foram submetidos à nova terapia.
Efeitos colaterais
O impacto na potência sexual e no ato de urinar durou apenas três meses – nenhum dos pacientes teve efeitos colaterais significativos dois anos após o tratamento.
Um desses pacientes, o britânico Gerald Capon, de 68 anos, contou à rede britânica BBC que está totalmente curado.  “Sinto-me extremamente afortunado por ter sido aceito no programa de testes. Sinto que poderei passar o resto da minha vida sem preocupações”, disse.

Para Emberton, essa nova tecnologia representa um momento tão significativo para o tratamento de câncer de próstata e como a remoção localizada do tecido canceroso em vez do seio inteiro foi para as mulheres com câncer de mama.
“A decisão de buscar tratamento sempre foi um balanço entre benefícios e danos. Os danos sempre foram os efeitos colaterais – a incontinência urinária e as dificuldades sexuais para a maioria dos homens. É uma grande transformação termos um novo tratamento que é virtualmente livre de sequela,”, disse afirmou o médico.
No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer estima 61.000 novos casos da doença em 2016 e 13.000 mortes.


segunda-feira, 6 de março de 2017

Mulher lista 50 desejos após descobrir câncer de mama graças a post na web

Roberta é fisioterapeuta em Santos (SP) e descobriu câncer aos 27 anos.
Post de amiga que havia descoberto a doença fez ela procurar um médico.
Orion Pires Do G1 Santos (g1.globo.com)

Mesmo no hospital, Roberta não deixou de sorrir (Foto: Arquivo Pessoal)

Uma postagem por meio de uma rede social ajudou a fisioterapeuta Roberta Baraçal Perez, de 27 anos, a descobrir que estava com câncer de mama. Um texto de uma amiga, que falava do próprio diagnóstico sobre a doença, fez Roberta procurar um médico e, por coincidência, descobrir que também estava com câncer. A princípio, com medo do que viria pela frente, ela resolveu fazer uma lista com 50 sonhos que gostaria de realizar. Boa parte dos desejos já foram concretizados e, agora, ao saber que está curada, ela não vê a hora de continuar realizando cada uma das metas propostas durante a doença.

"O câncer de mama não é uma sentença de morte. Quando você conta que está com a doença, a maioria das pessoas pensa que você é um fantasma ou já está morta e não é assim. O mais importante é você lembrar que está viva. Claro que no início foi difícil me acostumar com a ideia de ter câncer aos 27 anos, mas isso não é uma sentença de morte. Como tudo na vida, há riscos. A doença me fez lembrar, por exemplo, que eu morava em Santos, no litoral de São Paulo, e não tomava água de coco”, afirmou a fisioterapeuta em entrevista ao G1.


Roberta ao lado do marido antes e depois do tratamento (Foto: Arquivo Pessoal)

Durante as sessões de quimioterapia, Roberta resolveu colocar em um caderno uma lista com cerca de 50 desejos. Alguns já estão concluídos, mas a "lista", na verdade, é uma maneira que ela encontrou para não deixar de valorizar o que parece simples e fácil. "Antes do câncer eu tinha uma rotina de muito trabalho e deixava de fazer pequenas coisas", conta.

Os desejos de Roberta envolvem viagens, observar a aurora boreal, mergulhar e até conhecer o apresentador Jô Soares, objetivo realizado durante o ano passado. Ela afirma que, apesar de tudo que foi colocado no papel, não há uma ordem para que cada ponto seja cumprido. "Posso dizer que estou mais feliz agora do que antes. Estou me dando tempo de realizar a lista. Estou vivendo", reforça.

A descoberta
A fisioterapeuta faz questão de destacar que, além da força de vontade e da ajuda do marido no dia a dia, a postagem de uma colega da época de escola no Facebook foi o ponto chave para que ela descobrisse a doença.
"Uma menina que estudou comigo teve câncer de mama aos 26 anos. Foi em 2015. Eu fiquei chocada na época. Ela fez uma post público falando e eu contei para a minha irmã. Assustada, eu resolvi marcar médicos e fazer exames. Foi quando, no 'meio de 2016', senti um nódulo na mama esquerda", lembra a jovem, que afirma ter ficado assustada só de pensar na possibilidade de ter câncer.

Pouco tempo depois dos primeiros sintomas, veio o resultado do exame confirmando o diagnóstico de câncer de mama. "Foi no dia 7 de julho de 2016, um mês depois de eu completar um ano de casada. No dia que descobri, fui procurar essa menina, porque possivelmente ela salvou a minha vida. Ficamos mais próximas, trocamos figurinhas, mas eu ainda não tinha externado para ninguém porque não sabia como fazer. Aos poucos tomei coragem e comecei a contar a minha história nas redes sociais", lembra.

Força compartilhada
A ideia de Roberta era manter o ciclo informativo que a alertou sobre a doença e continuar passando a mensagem de que é possível conviver com o câncer. Com postagens quase que diárias, ela mostra o "outro lado" do tratamento e conta que, apesar de gostar do próprio cabelo, se sentiu bem careca.

Roberta usa lenço e diz que continua se sentindo atraente (Foto: Arquivo Pessoal)

"Eu descobri que poderia estar doente por causa da internet. Tinha que continuar esse ciclo e ajudar de graça. Nunca ia imaginar que saltaria dos 300 seguidores para mais de 4 mil. As pessoas mandam mensagens perguntando o que fazer e como fazer. Até marido de mulher diagnosticada me procurou. Nessa hora, é muito importante a presença do companheiro. Eu poderia ter descoberto aos 50 anos que tinha um parceiro fantástico, mas tudo isso foi antes, porque ele nunca ficou inseguro ou se lamentou na minha frente", disse.

"Apesar da mudança na aparência, ficar sem cabelo ou sem os seios, que são pontos que dizem muito para a mulher sobre feminilidade, eu não tive medo de ser menos mulher, de ficar menos atraente ou não ser reconhecida. Você aprende a lidar com as transformações físicas do corpo. Eu sei meus limites, mas continuo fazendo minhas caminhadas, me exercitando e me alimentando mesmo durante a químioterapia, que já terminei", diz.

Próximo desejo
Praticamente sete meses após ser diagnosticada com câncer de mama, Roberta está curada. Ela comemorou não precisar fazer radioterapia, mas optou por retirar as duas mamas e fazer a reconstrução, além de colocar silicone. A jovem sabe que a rotina nos próximos anos será de alerta e muitos exames para que a doença não volte. Mais importante que isso, é não parar de sonhar e realizar cada desejo da lista que ela mesma criou.

"Serei uma paciente oncológica pelo menos pelos próximos cinco anos. Tenho que continuar me adaptando. Antes do câncer eu trabalhava em uma UTI pediátrica e tinha sonhos. Meus planos mudaram e a prioridade dos desejos também. Quero conhecer as sete maravilhas do mundo. O próximo da lista é conhecer o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, e agradecer a cura", finaliza.


sexta-feira, 3 de março de 2017

Morte por câncer de pulmão cai entre homens, mas sobe entre mulheres

Pesquisa mostra necessidade de continuar combate ao cigarro no Brasil
  
POR O GLOBO 29/08/2016 16:35 / atualizado 29/08/2016 16:57


Filmes com consumo de cigarro devem ser restritos a adultos, segundo orientação da OMS - Reprodução/ Independent

RIO - A mortalidade por câncer de pulmão vem caindo em os homens, mas subindo entre as mulheres. Esta é a constatação de um estudo inédito divulgado nesta segunda-feira, feito com base em dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde.

Segundo o Ministério, o hábito de fumar gera cerca de 200 mil mortes por ano no Brasil, em decorrência de doenças vasculares e/ou respiratórias, entre outros males. E 90% dos homens com câncer de pulmão fumaram em algum momento da vida .

De acordo com o levantamento, após décadas de elevação, a taxa padronizada (que elimina os efeitos do envelhecimento populacional) de óbitos por câncer de pulmão entre homens caiu de 18,5 por 100 mil habitantes em 2005 para 16,3 por 100 mil habitantes em 2014. Já entre as mulheres, o número subiu de 7,7 para cada 100 mil em 2005, passando a 8,8 por cada 100 mil em 2014.

- No Brasil, as mulheres começaram a fumar depois dos homens, com a popularização de marcas de cigarros para o público feminino nas décadas de 70 e 80. A taxa de mortalidade entre as mulheres continua subindo, mas nossa previsão é que, futuramente, comece a cair, se mantivermos a tendência de queda no uso do tabaco no país - analisa a médica, epidemiologista e gerente da Divisão de Pesquisa Populacional do Instituto Nacional do Câncer (Inca), Liz Almeida.

Os números foram divulgados durante um evento nesta segunda para marcar o Dia Nacional de Combate ao Fumo. Realizado na Casa Brasil, no Pier Mauá, no Rio, o evento lançou também a campanha "#MostreAtitude: sem o cigarro, sua vida ganha mais saúde", para incentivar as pessoas a abandonar o hábito de fumar.

Números dão conta de que os brasileiros estão deixando o cigarro de lado. Na população em geral, a taxa de fumantes caiu consideravelmente. Em 2006, 15,7% dos brasileiros fumavam. Já em 2014, a parcela era de 10,4%. Entre os homens, a porcentagem de fumantes nesse período passou de 20,3% para 12,8%. Enquanto, entre as mulheres, caiu de 12,8% para 8,3%.