terça-feira, 28 de dezembro de 2010
HUMILDADE DO VICE-PRESIDENTE JOSÉ ALENCAR
"A humildade não está na pobreza, não está na indigência, na penúria, na necessidade, na nudez e nem na fome".
Na semana passada, o vice-presidente da República, José Alencar, de 77 anos, deu início a mais uma batalha contra o câncer. É o 11º tratamento ao qual se submete.
*Desde quando o senhor sabe que, do ponto de vista médico, sua doença é incurável?
JA - Os médicos chegaram a essa conclusão há uns dois anos e logo me contaram. E não poderia ser diferente, pois sempre pedi para estar plenamente informado. A informação me tranquiliza. Ela me dá armas para lutar.
Sinto a obrigação de ser absolutamente transparente quando me refiro à doença em público. Ninguém tem nada a ver com o câncer do José Alencar, mas com o câncer do vice-presidente, sim. Um homem público com cargo eletivo não se pertence.
*O senhor costuma usar o futebol como metáfora para explicar a sua luta contra a doença. Certa vez, disse que estava ganhando de 1 a 0. De outra, que estava empatado. E, agora, qual é o placar?
JA - Olha, depois de todas as cirurgias pelas quais passei nos últimos anos, agora me sinto debilitado para viver o momento mais prazeroso de uma partida: vibrar quando faço um gol. Não tenho mais forças para subir no alambrado e festejar.
*Como a doença alterou a sua rotina?
JA - Mineiro costuma avaliar uma determinada situação dizendo que "o trem está bom ou ruim". O trem está ficando feio para o meu lado. Minha vida começou a mudar nos últimos meses. Ando cansado. O tratamento que eu fiz nos Estados Unidos me deu essa canseira. Ando um pouco e já me canso.
Outro fato que mudou drasticamente minha rotina foi a colostomia (desvio do intestino para uma saída aberta na lateral da barriga, onde são colocadas bolsas plásticas), herança da última cirurgia, em julho. Faço o máximo de esforço para trabalhar normalmente. O trabalho me dá a sensação de cumprir com meu dever.
Mas, às vezes, preciso de ajuda. Tenho a minha mulher, Mariza e a Jaciara (enfermeira da Presidência da República) para me auxiliarem com a colostomia.
Quando, por algum motivo, elas não podem me acompanhar, recorro a outros dois enfermeiros, o Márcio e o Dirceu. Sou atendido por eles no próprio gabinete. Se estou em uma reunião, por exemplo, digo que vou ao banheiro, chamo um deles e o que tem de ser feito é feito e pronto. Sem drama nenhum.
*O senhor não passa por momentos de angústia?
JA - Você deveria me perguntar se eu sei o que é angústia. Eu lhe responderia o seguinte: desconheço esse sentimento. Nunca tive isso. Desde pequeno sou assim, e não é a doença que vai mudar isso.
*O agravamento da doença lhe trouxe algum tipo de reflexão?
JA - A doença me ensinou a ser mais humilde. Especialmente, depois da colostomia.
A todo momento, peço a Deus para me conceder a graça da humildade. E Ele tem sido generoso comigo. Eu precisava disso em minha vida. Sempre fui um atrevido. Se não o fosse, não teria construído o que construí e não teria entrado na política.
*É penoso para o senhor praticar a humildade?
JA - Não, porque a humildade se desenvolve naturalmente no sofrimento. Sou obrigado a me adaptar a uma realidade em que dependo de outras pessoas para executar tarefas básicas. Pouco adianta eu ficar nervoso com determinadas limitações. Uma das lições da humildade foi perceber que existem pessoas muito mais elevadas do que eu, como os profissionais de saúde que cuidam de mim.
Isso vale tanto para os médicos Paulo Hoff, Roberto Kalil, Raul Cutait e Miguel Srougi quanto para os enfermeiros e auxiliares de enfermagem anônimos que me assistem.
Cheguei à conclusão de que o que eu faço profissionalmente tem menos importância do que o que eles fazem. Isso porque meu trabalho quase não tem efeito direto sobre o próximo. Pensando bem, o sofrimento é enriquecedor.
*Essa sua consideração não seria uma forma de se preparar para a morte?
JA - Provavelmente, sim. Quando eu era menino, tinha uma professora que repetia a seguinte oração:
"Livrai-nos da morte repentina".
O que significa isso?
Significa que a morte consciente é melhor do que a repentina. Ela nos dá a oportunidade de refletir.
*O senhor tem medo da morte?
JA - Estou preparado para a morte como nunca estive nos últimos tempos. A morte para mim hoje seria um prêmio. Tornei-me uma pessoa muito melhor.
Isso não significa que tenha desistido de lutar pela vida. A luta é um princípio cristão, inclusive. Vivo dia após dia de forma plena. Até porque nem o melhor médico do mundo é capaz de prever o dia da morte de seu paciente. Isso cabe a Deus, exclusivamente.
*Se recebesse a notícia de que foi curado, o que faria primeiro?
JA - Abraçaria minha esposa, Mariza e diria:
"Muito obrigado por ter cuidado tão bem de mim".
O Girassol está sempre voltado para o lado do Sol, ainda que ele esteja escondido atrás de uma nuvem, procura sempre a Luz para continuar sempre belo e vivo.
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
Michael Douglas fala sobre a luta contra o câncer
http://www.jb.com.br/cultura/noticias/2010/12/01/michael-douglas-fala-sobre-a-luta-contra-o-cancer/
LOS ANGELES - O ator Michael Douglas afirmou à imprensa americana que o câncer o apresentou a uma "pequena perspectiva sobre a mortalidade". Michael Douglas - que teve um câncer na garganta diagnosticado em agosto - falou sobre a doença em uma entrevista à revista Hollywood Reporter.
"O nível de quimioterapia, combinado com as radiações, era máximo", disse o astro. "É incrível ver como eles têm quase que tentar matar você para depois te trazer de volta", disse o ator, 66 anos, que foi entrevistado ao lado da mulher, a também atriz Catherine Zeta-Jones.
Ele disse ainda que o tratamento é um "inferno". "Realmente agora está na curva ascendente", garantiu Zeta-Jones, 41 anos.
"Não pensei em termos de vida ou morte, vi o câncer como uma doença que tinha que combater. Não submergi no fundo da minha alma para ver o que podia ver", disse Douglas. "Mas com certeza isto dá uma pequena perspectiva sobre a mortalidade", completou.
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Presidente Lugo do Paraguai e Vice Presidente do Brasil internados.
30/11/2010
http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/afp/2010/11/30/presidente-lugo-internado-de-novo-em-sao-paulo.jhtm
O presidente do Paraguai, Fernando Lugo, viajou nesta terça-feira para São Paulo e se encontra internado no Hospital Sírio Libanês, onde foi submetido a exames clínicos em função de seu câncer linfático.
O chefe de Estado também foi internado para realizar sua quinta e última sessão de quimioterapia, informou Alfredo Boccia, médico pessoal de Lugo.
Os primeiros exames realizados hoje não detectaram outros tumores, segundo dr. Boccia, enfatizando, no entanto, que não se pode falar que o presidente tenha curado totalmente seu câncer linfático. Segundo ele, Lugo deverá ser submetido a um tratamento que poderá durar um longo período.
Lugo tem previsto voltar para seu país nesta quarta-feira, quando retomará normalmente suas atividades oficiais.
Alencar passa por hemodiálise e permanece na UTI
Vice-presidente da República apresentou piora da função renal em meio à recuperação da cirurgia realizada dia 27
iG São Paulo 30/11/2010 18:29
Boletim médico divulgado às 18h05 desta terça-feira pelo Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo, informa que o vice-presidente José Alencar passou por hemodiálise após apresentar, desde a véspera, piora da função renal. A hemodiálise foi feita hoje e transcorreu bem, segundo o hospital.
Alencar segue internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Cardiológica do Sírio, recuperando-se de cirurgia no intestino realizada no último dia 27. As equipes que o acompanham são coordenadas pelos médicos Raul Cutait, Ademar Lopes, Paulo Hoff, Roberto Kalil Filho e Paulo Ayroza Galvão.
terça-feira, 30 de novembro de 2010
Quando o câncer entra em cena
Fernanda Aranda, iG São Paulo
A técnica de enfermagem Solange Gomes de Oliveira, 54 anos, nunca foi do tipo que chora em novela. Mas fica emocionada só de falar das atrizes Drica Moraes, Márcia Cabrita, Patrícia Pillar. Também “tem o coração tocado” pelas apresentadoras Hebe Camargo e Ana Maria Braga. Ela resume estas sensações em duas palavras: “Identificação e admiração”.
A conexão entre a mulher de vida anônima, que mora no Rio de Janeiro, e as famosas de todo País acontece por causa do câncer, doença em ascensão e segunda causa de morte nacional. Há 11 anos, Solange convive com o diagnóstico do tumor maligno nas mamas. Para ela, acompanhar pelo noticiário uma batalha semelhante travada por estas e outras pessoas de vida pública traz a ideia de que elas façam parte da mesma turma.
“Nunca fico feliz quando vejo alguém famoso com câncer. Não é isso”, explica. “Mas quando leio que elas voltaram para o trabalho, tiveram filhos, estão felizes e tocando a vida, passeando de lenço ou de peruca pela rua, é uma fonte de energia para continuar a minha luta e ajudar na luta de outras pessoas”, explica Solange, que ainda trata as sequelas do câncer, mas já está recuperada e começa agora um trabalho para levar informações para outras pacientes.
“Ao mesmo tempo, sou capaz de sentir a dor e o medo destas mulheres famosas quando vejo que algum tratamento não deu certo ou que existiu algum tipo de recaída”, complementa.
“Musas”
Partilhar um problema de saúde tão peculiar – que traz para perto a sensação de morte e solidão – funciona como uma via de mão dupla de benefícios, tanto para anônimas quanto para famosas. Para as primeiras, fica mais fácil compreender que o câncer é uma doença democrática, que pode acontecer com qualquer um. Além disso, explica Cristina Volker, presidente da Sociedade Brasileira de Psico-oncologia e pesquisadora da área há 25 anos, também há a criação de referenciais positivos de superação da doença, o que pode resultar em maior confiança e adesão ao tratamento, dois pontos chaves na recuperação.
Já para as pessoas públicas, dividir medos e anseios depois de detectado o tumor tem como consequência benéfica o desencadeamento de uma rede de apoio e conforto. A gratificação em ser inspiração para uma atitude positiva também conta pontos a favor na interação com o público.
Para a atriz Márcia Cabrita, 46 anos e em tratamento para um câncer de ovário, é muito positivo ler os comentários deixados no blog mantido por ela chamado Força na Peruca.
“Saber que de alguma forma a leitura faz bem para as pessoas é gratificante, me anima”, disse em entrevista ao Delas.
Márcia utiliza o humor – característica sua que ganhou fama nacional com o seriado Sai de Baixo, no papel de Neide – para falar da doença, superação e das pedras no caminho que o diagnóstico impôs.
“Este é meu estilo, faz parte da minha personalidade. Não falo do tratamento porque não sou médica e não saberia escrever sobre isso. Falo sobre mim. Escrevo quando tenho vontade e não sinto nenhum tipo de pressão para estar sempre bem ou por ser esta referência”, explicou.
Cotidiano
Na avaliação da Associação Brasileira de Apoio ao Paciente com Câncer (Abrapac) – entidade da qual a técnica de enfermagem Solange faz parte – quando os famosos enfrentam enredos reais da doença criam uma conexão com os outros pacientes. Aquela sensação ruim trazida pela dúvida “poxa, por que comigo?” é de certa forma amenizada. A rotina pesada de exames, sequelas e privações é comum a grande parte dos 489.270 casos de câncer registrados anualmente pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), inclusive de atores, atrizes e personalidades.
Notícias sobre os famosos
Drica Moraes, atriz de 42 anos, por exemplo, contou ao programa Fantástico, da Globo, que ficou 120 dias internada em um hospital por causa da leucemia. “Era uma clausura, o toque com o outro era proibido (ela tinha acabado de começar a namorar e seu filho adotivo tinha um ano)", falou ao programa. "Fiquei dois meses sem poder escovar os dentes. Foi uma fase difícil, em que você chora muito. Eu tinha raiva. Chegava e jogava coisas na parede”, completou.
Drica não foi a única. O símbolo do bom-humor e do alto astral, Hebe Camargo, também partilhou as dificuldades do seu câncer. “Fiz quimioterapia, fiquei careca, comprei peruca”, disse à Revista Quem. A apresentadora do SBT teve câncer de peritônio, uma membrana do intestino, tumor raro, segundo os médicos, mas que exige tratamento padrão, semelhante ao de outros cânceres.
A perda dos cabelos, um dos sinais mais clássicos do tratamento quimioterápico, também foi vivida por Dilma Roussef, presidente eleita do País. Ela desfilou de peruca durante o ano de 2009, pouco depois de anunciar que tinha linfoma, um outro tipo de câncer.
Em outros anos, Patrícia Pillar, Ana Maria Braga, Glória Perez, o vice-presidente José Alencar, o sambista Neguinho da Beija Flor, são outros exemplos que, sem máscaras, mostraram suas carecas e o enfrentamento de seus cânceres.
Além da doença
Mas o grande ponto de virada é que todas estas pessoas, de certa forma ,conseguiram representar mais do que o câncer, avalia a psicóloga Cristina. Eles até são lembrados por isso (doença), mas não só por isso.
Esta é de fato uma preocupação de Márcia Cabrita, que é avessa a dar entrevistas sobre sua doença. Sua conversa com o Delas teve apenas alguns segundos de duração. A técnica de enfermagem Solange entende a cautela. Segundo ela, "seria ótimo que todas os atores que tivessem um câncer diagnosticado fossem ao público e falassem sobre o problema, para conscientizar e alertar a população”, diz. Mas a plateia aplaude muito mais quando estas personagens da vida real retocam o batom e entram em cena para outro papel, que não é mais o de doente.
terça-feira, 23 de novembro de 2010
A culpa do câncer
Lívia Machado, iG São Paulo 08/09/2010 12:00
Tomar uma bebida muito gelada, dormir de cabelos molhados e andar descalço são as negligências pessoais mais comuns para justificar o aparecimento de uma gripe ou resfriado, ao primeiro sinal de coriza e indisposição.
Entender as causas e os porquês do surgimento de qualquer doença tende a ser um processo natural de todo ser humano. No caso do câncer, entretanto, a busca pelo vilão – seja ele um fator natural ou pessoal – pode resultar, principalmente em mulheres, em um potencial fator de culpa, tão prejudicial ao tratamento quanto o próprio tumor.
A medicina evolui rápido e os tratamentos para combater o câncer acompanham tal movimento. Se por um lado a lista dos fatores de prevenção pode ajudar a manter a doença mais distante, por outro, face à comprovação do tumor, essas mesmas recomendações podem adquirir um coeficiente negativo bastante elevado.
No caso do câncer de mama, os especialistas revelam que a obesidade é o fator de autopunição mais recorrente. Achar que o câncer foi provocado exclusivamente pelo sobrepeso ou pela alimentação desregulada não é uma suposição rara entre as mulheres.
“O viés desse pensamento é associar o câncer a um organismo não saudável. Nesse raciocínio, todos os obesos, hipertensos e diabéticos terão câncer. É impossível fazer tal afirmação. O câncer é uma doença celular, começa no pontinho de uma célula, mas não necessariamente representa saúde debilitada”, afirma Elza Mourão, psicooncologista do Hospital Santa Catarina, em São Paulo.
O conceito de culpa, segundo Elza, está fundamentado na educação. Em culturas mais severas e repressoras, esse sentimento é potencializado e ainda mais prejudicial. Ele aparece para reforçar a idéia do que não foi feito corretamente ou dentro da moral do que é certo ou errado.
“Para o câncer não aparecer, o que é estipulado fazer? Não há regras ou ações individuais que sejam capazes de inibir a doença. Os fatores de prevenção ajudam, mas não blindam o organismo. É por isso que muitas pacientes jovens, que praticam atividade física e tem uma vida ativa, também têm dificuldade em lidar com o problema. E não há razões objetivas para justificar os casos precoces.”
Durante o banho, em um exame de rotina, recomendado pelos ginecologistas, Roberta Rocha Nascimento da Costa, 29 anos, sentiu um nódulo na mama. O método caseiro a fez procurar um especialista em Santos, cidade onde mora, mas nada foi diagnosticado. Seis meses depois, o Natal. Ainda com receio da doença e sentindo que o nódulo crescia, Roberta procurou o Hospital A. Camargo, em São Paulo. A época não era propícia para dúvidas e incertezas, mas no final de dezembro de 2008, após uma biópsia, o câncer de mama foi confirmado.
Ao ouvir da médica que o tumor era composto por uma grande taxa hormonal, Roberta logo fez a associação com o uso de anticoncepcional. Nos primeiros minutos da consulta, pensou que poderia ter evitado, utilizado outro método contraceptivo para escapar do dignóstico antes dos 30 anos. A busca por justificativas pessoais que pudessem dar mais clareza a doença, porém, no caso da psicóloga, durou pouco.
“Senti necessidade de entender, questionei minhas atitudes, mas após uma conversa com a médica, ficou claro que em nada adiantaria tentar achar possíveis erros ou ações que pudessem estar relacionadas ao câncer.”
Roberta revela que sua oncologista a orientou a não procurar nenhuma informação na internet na idéia de saciar a ansiedade e dar uma "cara" à doença. “Minha médica deixou claro que o fatalismo que existe na web em nada ajuda a encarar o problema. Deu liberdade para que todas as minhas dúvidas fossem tratadas diretamente com ela. Esse respaldo foi importantíssimo para que eu colocasse foco na cura e não nas causas da doença. Hoje, tenho plena convicção de que isso foi fundamental para o meu enfrentamento e recuperação.”
Vilões invisíveis
O universo da culpa sentimento é amplo e espaçoso. Sempre cabe mais um. Relacionar o câncer de mama às negligências pessoais e físicas é uma das possibilidades. Algumas pessoas, porém, transferem o sentimento para terceiros ou para determinadas fases da vida. “Não é incomum associar a perda do marido, estresse elevado no trabalho ou uma traição ao câncer. Já tive pacientes que encararam o câncer como uma espécie de castigo para excessos cometidos ou falta de cuidados com os filhos e familiares.”
Para a psicóloga, esse processo é mais recorrente em mulheres. “Os homens raramente querem encontrar um motivo para o surgimento da doença. Em geral, eles estão surpresos, principalmente por que não sentiam nada, o tumor apareceu subitamente.”
No câncer, não é possível estabelecer uma relação de causa e efeito imediata, ele é multifatorial.
Deixar de ticar os itens da lista de prevenção diariamente não resulta na sentença da doença. “O conhecimento afasta os riscos, mas não elimina as chances do desenvolvimento de algum tumor”, avalia Maria Del Pillar Estevez Diz, oncologista do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp).
Na visão da médica, definir um vilão para o quadro satisfaz a ansiedade de achar a identidade do câncer. Ela garante, porém, que é uma maneira muito simplista de olhar para a questão. “É uma chance, apenas. Os vilões não são garantidos.”
O tamanho da culpa pode inviabilizar o tratamento ou até mesmo, gerar o sentimento de desmerecimento. “Em pacientes fumantes, que descobrem o câncer de pulmão, essa matemática pode ser bastante cruel. Se a autopunição for muito elevada, gera a idéia de que ele é o único responsável pela doença, e, por isso, não merece cuidados médicos.”
A lógica perversa da mente nos casos de doenças graves exige um aporte psicológico ao longo do tratamento. A oncologia abriu espaço para uma sub-especialidade, a psicooncologia. O papel da área é trabalhar não apenas o sofrimento inicial e os dilemas irracionais que o câncer pode arrebatar. Mas além dos terapeutas, o diálogo aberto com os oncologistas também ajuda a pontuar a doença, eliminando os excessos.
“O começo é avassalador, mas é preciso que o acompanhamento seja contínuo pelos profissionais da área. Para uma mulher, após uma mastectomia, é muito complicado acreditar que está integra novamente, apta a voltar para a sociedade. Trabalhamos a superação e o enfrentamento do paciente", endossa Elza Mourão.
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Doadores de medula poderão se cadastrar pela internet em 2011
http://www.jb.com.br/pais/noticias/2010/11/04/doadores-de-medula-poderao-se-cadastrar-pela-internet-em-2011/
A partir de janeiro de 2011, o cadastramento de doadores de medula poderá ser feito pela internet. É o que projeta o coordenador do Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome) do Instituto Nacional de Câncer (Inca), hematologista Luis Fernando Bouzas. Hoje, o acesso é por e-mail e o cadastro é feito por meio dos hemocentros.
Bouzas afirma que é importante que os doadores atualizem os dados para o caso de eles serem chamados para fazer a doação de sangue a pacientes compatíveis. O telefone (21)3207-5238 serve para obter informações sobre o processo e tirar dúvidas de pessoas interessadas em doar medula óssea.
Já os pacientes que precisam buscar doador são inscritos, via internet, no Registro Nacional de Receptores de Medula Óssea (Rereme) pelos seus médicos assistentes. Qualquer pessoa na faixa etária dos 18 aos 55 anos pode se inscrever como doadora de medula óssea. Para tanto, em um primeiro momento, ela deve fornecer seus dados pessoais e fazer a coleta de uma amostra de sangue.
Luis Fernando Bouzas afirma que a coleta da medula óssea não representa nenhum risco para o doador. "É um procedimento seguro. O doador não sofre nenhum tipo de problema ou sequela. Não é tirado nenhum pedaço dele, já que a medula óssea é aquele material líquido, gelatinoso, parecido com o sangue, que tem dentro dos ossos. Não tem nada a ver com a medula espinhal ou o sistema nervoso central", disse.
O médico afirmou também que a coleta é um procedimento simples e dentro de três ou quatro dias a pessoa já pode voltar às suas atividades normais. "Não há razão para ficar com medo. Mais de 50 mil transplantes são realizados por ano em todo o mundo".
A doação de medula óssea é vetada, entretanto, às pessoas que tiveram ou têm doenças transmissíveis pelo sangue, caso da hepatite B e C e da aids. Elas não podem ter também nenhum tipo de câncer, doenças infecciosas ou ligadas à medula óssea. Segundo Bouzas, há cerca de 70 doenças com indicação para transplante de medula óssea.
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
Temporão é condenado pelo TCU por irregularidades no Inca
http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4774182-EI306,00-Temporao+e+condenado+pelo+TCU+por+irregularidades+no+Inca.html
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, foi condenado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) a pagar multa de R$ 10 mil por irregularidades em obras do Instituto Nacional do Câncer (Inca), do qual foi diretor-geral entre 2003 e 2005. Temporão é responsabilizado por uma série de manobras, como retirar serviços do contrato para incluir outros, sem previsão, e manipular o preço de itens, prática conhecida como "jogo de planilha". As informações são do jornal O Globo.
O TCU analisou a reforma de várias unidades e a construção de um prédio de seis andares. As obras foram executadas pela empresa Santa Bárbara Engenharia e custaram R$ 13,4 milhões. De acordo com o tribunal, o Inca juntou indevidamente, na mesma licitação, serviços de diversos tipos, feitos em locais distantes uns dos outros, quando deveria ter aberto mais de uma concorrência. Em um dos aditivos do contrato, por exemplo, o instituto excluiu serviços na Coordenação Geral de Administração (Coage) e incluiu, em seu lugar, intervenções em nove outras áreas, sem que houvesse previsão inicial. A substituição foi feita ao mesmo valor exato. Para isso, alguns itens tiveram seu preço reduzido em até 94% e outros, acrescido em até 1.204%.
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
"Você passa a dar valor ao que realmente tem importância", diz Drica Moraes sobre doença
A atriz Drica Moraes, que está se recuperando de um transplante de medula óssea após ser diagnosticada com leucemia, fala pela primeira vez sobre a doença no "Fantástico" de domingo (31), na Globo.
"Você passa a dar valor ao que realmente tem importância. Você tira metade da sua vida que não prestava", disse à repórter Renata Ceribelli.
Na entrevista, que ocorreu nesta semana na zona sul do Rio de Janeiro, a atriz conta detalhes sobre os 120 dias em que ficou internada.
Sobre o momento atual de sua vida, ela disse que está "muito mais feliz e com grandes projetos".
Nesta semana, a atriz deixou o elenco da novela "Dinossauros e Robôs", que entra na faixa das sete na Globo depois de "Ti Ti Ti".
Segundo o autor da trama, Walcyr Carrasco, ele espera que ela faça ao menos uma participação especial.
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Exercícios físicos contribuem para prevenção do câncer de mama
http://www.cbtu.gov.br/noticias/utilidadepublica/2010/mes10/261010a/261010a.html
Que a prática do exercício físico é recomendada para todas as idades e oferece diversos benefícios à saúde, muita gente já sabe. Mas o quanto ele pode ser importante até mesmo para prevenção do câncer de mama, é uma informação que deve ser divulgada a homens e mulheres de todo o mundo.
Ao contrário do que muita gente imagina, a doença afeta homens e mulheres. Segundo dados do Portal de Ginecologia, o câncer de mama atinge 1 homem em cada 100 mulheres e de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), no Brasil ele é o que mais causa mortes entre as mulheres, por isso, a importância do diagnóstico precoce.
O auto-exame é requisito importante na prevenção, mas os exames de diagnósticos devem ser feitos regularmente: a partir dos 20 anos o exame clínico com um médico ou enfermeiro capacitado, mamografia anualmente a partir do 40 anos, e para pessoas com risco aumentado, seguir a recomendação do médico quanto aos exames de rotina e periodicidade.
Inspirados na necessidade de divulgar os cuidados e importância da prevenção, o movimento “Race for the cure” iniciou em 1983 uma corrida que este ano chegou a América Latina pela primeira vez. Em Porto Velho, organizada por empresárias dos mais diversos ramos, tem como patrocinadores Núcleo Daia de Medicina Diagnóstica, Splendore Lingerie, Depyl Action, Mix Box Presentes, Vida Leve Spa Urbano, Gerânio Moda Feminina, Dell Anno e Sierra Moveis.
A abertura do evento que aconteceu no espaço alternativo da Capital, localizado na Av. Governador Jorge Teixeira, trabalhou a conscientização através de conversas e entrega de lacinhos símbolos da campanha e leques com instruções de prevenção que, aliadas à prática de esportes, podem alcançar benefícios inimagináveis. “Na abertura nós trabalhamos com os visitantes que chegavam ao espaço alternativo, mas a campanha dura todo o mês. Nós vamos continuar distribuindo os leques e falando com nossos clientes sobre a importância da prevenção, e assim, podermos alcançar ainda mais pessoas com esta idéia”, explica a organizadora do evento, Gretty Oliveira.
“Quem pratica exercícios físicos regularmente tem maior chance de evitar doenças e ainda contribui para o tratamento delas. Inclusive, quem tem o hábito do esporte, geralmente também alia outros hábitos saudáveis, fundamentais para a saúde”, explica o Dr. Luiz Carlos Oliveira, cirurgião plástico e sócio do Núcleo Daia de Medicina Diagnóstica.
O Núcleo Daia, preocupado com a necessidade da prevenção e em atenção à privacidade que as clientes merecem, possui a única unidade de medicina diagnóstica em Porto Velho com espaço exclusivo voltado à prevenção da saúde da mulher, com exames de ultrassom de mama, ressonância magnética e mamografia digitalizada, dentre outros.
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
Atriz Kim Novak é diagnosticada com câncer de mama
20/10/2010
LOS ANGELES - A veterana atriz de Hollywood Kim Novak foi diagnosticada com câncer de mama, mas os médicos acreditam que ela tem boas possibilidades de recuperação. A atriz de 77 anos, protagonista do clássico de Alfred Hitchcock "Um Corpo que Cai", ao lado de Jimmy Stewart, mantém a saúde com três cavalgadas semanais, segundo sua agente, Sue Cameron.
"O câncer foi detectado de forma precoce durante uma mamografia de rotina e ela está sob tratamento", afirmou a agente ao site do jornal Hollywood Reporter. "Os médicos dizem que ela tem uma fantástica forma física e que deve se recuperar muito bem", completou.
Kim Novak, que vive com o marido no Oregon, fez uma aparição em Hollywood em julho para lançar uma caixa de DVDs com seus trabalhos no cinema.
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Fundação Laço Rosa
Uma amiga pediu e estou divulgando este site, pois me pareceu sério. Abaixo mostro o e-mail que recebi:
Esse site é de uma grande amiga de infância que num momento difícil, sua irmã mais nova está com câncer, junto com as irmãs criou este site para ser referência em câncer de mama.
É um trabalho muito legal e precisa de divulgação. Inclusive se alguém puder doar perucas, ela está montando um Banco de Perucas!!
bjs
Mônica
Meninas,
Como sabem ,ando "sumida"...mas não é à toa!
Enfim,durante esse tempinho de ausência,que não foi pequeno,além de estar sempre no tratamento da minha irmã e em volta das necessidades atuais dela,tenho tido q "rebolar".Pois hoje,nós mulheres,tbem temos trabalho,filho(s),marido,amigos(q mesmo distantes,estão em meu e pensamento.)
Dentre tudo isso ,estávamos e estamos (eu,Aline e Marcelle)envolvidas no lançamento oficial do site da Fundação Laço Rosa(www.fundacaolacorosa.com).
Assumimos assim,um compromisso e comprometimento muito grande com pessoas q se quer conhecemos,mas que,de alguma forma queremos ter como proposta ajudar muitas vidas a não passarem pela dor q bem conhecemos.
A proposta da Fundação,conforme rege sua ata,é ser referência em câncer de mama.E vamos conseguir, pois amigos e força de vontade não nos falta.
Amigas,gostaria de fazer alguns pedidos(quando volto,volto pedindo...rsrs):
1) Faremos uma festa OFICIAL para a inauguração do site. Ao abrir o site www.fundacaolacorosa.com , do lado direito, em rosa, tem outro link=compre seu convite para a festa de lançamento. Cliquem nele,e ,se puderem comprem. Pois vai ser uma festa super badalada, com cocktail, sorteios de brindes e muito +. Quem sabe até o nosso REENCONTRO???RSRSRS;
2) entrem no site www.fundacaolacorosa.com , na página inicial do lado esquerdo, tem um "link"Peixe Grande. Cliquem ali e votem, pois estamos concorrendo a um prêmio agência, caso tenham + de um e-mail, podem votar várias vezes, porém , com e-mails pessoais diferentes;
3) Estamos preparando um Banco de Perucas no próprio site, q será o seguinte:as pessoas q não tiverem condições financeiras e não quiserem assumir a careca(depois de uma químio de série vermelha, q deixa o cabelo cair), receberá GRATUITAMENTE uma peruca . Para dármos "essa" peruca, precisamos abastecer nosso banco através de doações. Já conseguimos 05! Podem ser novas ou usadas. As usadas teremos que esterelizar.
Por isso meninas, se tiverem, ou souberem de alguém q não use + peruca e puderem doar para o banco de Perucas, ótimo. A Fundação agradece!;
4) No site do lado esquerdo,MENU, no ítem 5(Alguém que amo tem câncer de mama), é um espaço p/ pessoas deixarem sua história, uma frase de apoio...caso queiram, já sabem como fazer: é só clicar , escrever e enviar.
Bem por enquanto é só! Sei q o tempo de vcs vale OURO, mas se cada um fizer um pouquinho conseguiremos.
DIVULGUEM, DIVULGUEM E DIVULGUEM!!!
Tão logo nos veremos,
Bjs,
Andréa.
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
Nobel de química premia trabalhos que ajudam a luta contra o câncer
Em Estocolmo
O Prêmio Nobel de Química de 2010 recompensou dois cientistas japoneses e um americano pelas pesquisas sobre a síntese orgânica, utilizada na luta contra o câncer, na indústria eletrônica e na agricultura, anunciou nesta quarta-feira a Real Academia de Ciências Sueca.
O prêmio foi concedido ao americano Richard Heck, 79 anos, e aos japoneses Ei-ichi Negishi, 75, e Akira Suzuki, 80.
O Comitê Nobel premiou os três químicos por suas pesquisas sobre "o acoplamento cruzado do paládio catalisado, um dos processos mais sofisticados da química".
Esta reação química é utilizada nas pesquisas e na produção farmacêutica e de moléculas utilizadas na indústria eletrônica, destacou o júri.
"A humanidade quer novos medicamentos para tratar o câncer ou conter os efeitos devastadores de vírus mortais no corpo humano, a indústria eletrônica busca substâncias emissoras de luz e a indústria agrícola quer substâncias capazes de proteger as colheitas", completa a nota do comitê.
O Prêmio Nobel de Química de 2010 recompensa uma "ferramenta que tem melhorado a capacidade dos químicos para satisfazer todos estes desejos de maneira muito eficaz: o acoplamento cruzado do paládio catalisado".
sábado, 25 de setembro de 2010
Médicos nos EUA testam injeção de droga anticâncer no cérebro
DENISE GRADY
do New York Times
Dr. Howard Riina enfiou um tubo fino através de um labirinto de artérias no cérebro de Dennis Sugrue, observando imagens de raios-X em um monitor, para verificar seu progresso. No local onde uma operação anterior havia removido um tumor maligno, ele introduziu uma droga chamada manitol e liberou um fluxo de Avastin, droga contra o câncer.
Médicos e enfermeiros observavam tudo com muita concentração, temendo que a Avastin pudesse causar inchaço cerebral, hemorragia ou convulsão. Porém, Sugrue saiu ileso. Meia hora depois do procedimento, ele acordou da anestesia murmurando "Mais", desejando receber uma dose maior.
Tratava-se de um experimento. Sugrue, 50 anos, que trabalha para um fundo hedge e tem dois filhos adolescentes, participava de um estudo de pessoas com glioblastoma --o mesmo tipo de tumor cerebral que matou o senador americano Edward M. Kennedy, de Massachusetts, em agosto-- e foi apenas a segunda pessoa a receber o Avastin em seu cérebro diretamente.
Aplicar drogas no cérebro sempre foi um grande desafio no tratamento de tumores e outras doenças neurológicas, pois a barreira hematoencefálica, um sistema de defesa natural, não permite a entrada de muitas drogas. O estudo do qual Sugrue participa, no NewYork-Presbyterian/Weill Cornell, combina tecnologias tradicionais de uma forma nova para abrir a barreira e aplicar doses extraordinariamente altas de Avastin diretamente nesses tumores mortais --sem encharcar o resto do cérebro com a substância e expô-lo a efeitos colaterais.
O objetivo é encontrar formas melhores de tratar glioblastomas. No entanto, a técnica também pode ser útil para metástases cerebrais, ou seja, quando o câncer se espalhou para outras partes do corpo, como mamas ou pulmões --algo que ocorre em cerca de 100 mil pessoas por ano nos Estados Unidos. O mesmo procedimento também poderia aplicar outras drogas e talvez ser usado para tratar distúrbios neurológicos, como esclerose múltipla ou mal de Parkinson, se terapias adequadas forem desenvolvidas.
O sistema de defesa que os médicos estão tentando quebrar evoluiu para não permitir a entrada de toxinas e micróbios. Ele consiste basicamente de células que se alinham às paredes dos vasos capilares do cérebro e ficam tão juntinhas que muitas moléculas do fluxo sanguíneo não conseguem deslizar entre essas células para atingir o tecido cerebral. No entanto, certas drogas, como o manitol, temporariamente abrem essa barreira e foi usada pela primeira vez há mais de 20 anos, a fim de ajudar outros medicamentos a atingir o cérebro.
A nova técnica sofistica a arte de abrir tal barreira: são usados microcateteres --tubos finos e altamente flexíveis, inseridos em uma artéria da virilha e depois movidos cautelosamente até vasos sanguíneos bem finos em quase qualquer local do cérebro-- para borrifar a quimioterapia diretamente nos tumores ou áreas das quais esses tumores foram removidos. Os cateteres são normalmente usados para aplicar drogas para dissolver coágulos no cérebro, com o objetivo de tratar derrames.
"Isso vai mudar significativamente a forma como a quimioterapia será administrada no futuro", disse Dr. John Boockvar, o cirurgião cerebral que organizou o experimento. "Mas temos de provar que, em certas doses, ninguém se prejudica".
Em relação aos pacientes de glioblastoma, Riina disse: "Todos estão procurando algo para ajudar essas pessoas".
"Mesmo quando conseguimos prolongar a vida de uma pessoa em apenas um ano, dá para um casamento ou formatura", ele continuou. "Nunca sabemos o que pode acontecer no ano que eles ganham".
O estudo, iniciado em agosto, ainda está na sua fase mais primária, ou seja, seu principal objetivo é medir a segurança, não a eficácia --descobrir se é seguro borrifar Avastin diretamente nas artérias cerebrais, e em que dosagem. Contudo, os médicos ficaram satisfeitos quando exames de ressonância magnética dos primeiros pacientes mostraram que o tratamento parecia apagar qualquer sinal de reincidência de glioblastomas. Porém, ainda não se sabe por quanto tempo dura o efeito.
"Um lindo exame de ressonância magnética não significa que o paciente está curado", disse Boockvar.
Apesar do bom resultado no exame, o primeiro paciente tratado morreu em outubro, em decorrência de pneumonia e da disseminação do glioblastoma para o tronco encefálico-espinal.
Inovações são altamente necessárias para avançar na luta contra o glioblastoma, que é "um dos tumores mais mortais existentes em humanos", disse Dr. Russell Lonser, presidente de neurologia cirúrgica do Instituto Nacional de Saúde.
"Esse é um ótimo começo", disse Lonser. "Os primeiros dados são muito interessantes e empolgantes".
A complexidade de um estudo como esse vai além da ciência. Os testes clínicos também são um pacto complicado, emocionalmente e eticamente, entre pacientes desesperados e médicos que devem equilibrar suas ambições como pesquisadores com seus deveres como clínicos. Além disso, ficam na corda bamba entre dar esperança demais ou de menos.
"Digo aos pacientes: 'Vou tentar curar sua doenças, mas, até o momento, o glioblastoma é uma doença incurável'", disse Boockvar.
Prolongando a vida
"Estou otimista", disse Sugrue, em uma manhã de setembro, depois de agendar uma segunda cirurgia no cérebro. No entanto, ele tinha lágrima nos olhos.
Há cerca de 10 mil novos casos de glioblastoma por ano nos Estados Unidos, a maioria em pessoas acima dos 45 anos. Os tumores são notórios por crescer novamente, como ervas daninhas, mesmo após serem removidos e sofrido quimioterapia e radiação, e quase sempre são fatais. Com o melhor tratamento, o tempo médio de sobrevivência é de 15 meses.
Todavia, nos últimos cinco anos, o número de pacientes que sobrevivem por 2 anos aumentou de 8% para 25%, em grande parte porque os médicos começaram a usar uma pílula de quimioterapia chamada temozolomide, ou Temodar, junto com a radiação (acredita-se que a Temodar consiga burlar a barreira hematoencefálica).
Boockvar crê que, se pudesse manter os pacientes vivos por dois anos, mais avanços poderiam acontecer e dar-lhes mais tempo.
"Estuda-se muito a população de pessoas com glioblastoma pelo fato de que, infelizmente, o prognóstico é muito ruim", disse ele.
Os pacientes muitas vezes acabam indo parar nas linhas de frente de pesquisa, com a ideia de que têm pouco a perder e esperando terem sorte o suficiente para testar o grande medicamento revolucionário. Mais de 500 estudos envolvendo pessoas com glioblastoma estão listados no site do governo americano www.clinicaltrials.gov.
Sugrue, que vive em Stamford, Connecticut, com sua mulher, Donna, e seus filhos Molly e Tim, começou a sentir dores de cabeça em abril. Um exame descobriu um tumor no cérebro quase do tamanho de uma bola de golfe. Um médico local o indicou Boockvar. Ele teve o tratamento padrão: cirurgia, pílula de temozolomide e seis semanas de radiação, que terminaram no dia 25 de junho.
Em julho, um ponto claro ameaçador em seu exame de ressonância magnética sugeria que o tumor já poderia estar crescendo novamente. Ele continuou a quimioterapia, mas o ponto continuava a aumentar.
Em meados de setembro, a família de Sugrue estava de volta ao consultório de Boockvar para planejar o próximo passo. O cabelo já crescia no couro cabeludo de Sugrue, exceto por uma região calva, ao redor de sua cicatriz em forma de arco, acima da orelha direita. Seus olhos, azuis com cílios grossos e negros e que lhe davam uma aparência jovem, buscavam o rosto do médico.
As dores de cabeça tinham voltado. Novos exames, exibidos em uma tela de computador, mostravam sinais de inchaço cerebral e pontos claros que não deveriam estar ali. Boockvar recomendou mais cirurgia, depois quimioterapia com Avastin, que tinha acabado de ser aprovada para glioblastoma recorrente.
A droga foi aprovada para uso intravenoso --para ser inserida em uma veia, geralmente no braço--, mas ele disse que Sugrue seria um candidato ideal para seu estudo, no qual a droga seria aplicada diretamente a uma artéria no cérebro, produzindo níveis pelo menos 50 vezes maiores do que a rota intravenosa poderia alcançar. Outro paciente tinha sido tratado assim, e os exames de ressonância magnética mostraram que os tumores recorrentes pareciam ter se diluído.
Sugrue concordou, embora Boockvar tenha o alertado de que a droga não era mágica. Depois, Boockvar explicou os riscos de uma segunda operação no cérebro.
"Tenho que dizer que há um risco de 5% de que você fique visivelmente fraco", disse ele. "E risco de 1% de paralisia no lado esquerdo".
Sugrue enxugou as lágrimas e começou a se desculpar por perder a compostura, mas o cirurgião o interrompeu, dizendo: "Em neurocirurgia, dizem que, se você não fez o paciente chorar, não obteve seu consentimento informado".
A ideia do teste surgiu de uma conversa, há cerca de um ano, entre Boockvar e Riina, especialista em usar microcateteres para tratar derrames.
"Eu disse: 'Por que não aplicamos quimioterapia nos meus pacientes com tumores cerebrais?'", Boockvar contou. "E ele respondeu: 'Posso fazer isso. Só me mostre o que quer fazer".
Riina disse: "Tecnicamente, posso chegar a qualquer local do cérebro".
Ele afirmou que a tecnologia de microcateter tinha avançado "anos-luz" na última década e estava apenas esperando por uma nova droga para o glioblastoma.
Eles elaboraram um plano para testar o que chamaram de "infusão cerebral intra-arterial superseletiva" de Avastin em 30 pacientes com glioblastomas reincidentes após o tratamento padrão. Cada paciente receberia apenas um tratamento direcionado ao cérebro. Semanas depois, receberiam uma série de tratamentos intravenosos com Avastin.
O estudo envolve uma técnica primeiramente desenvolvida há 30 anos, que usa o manitol para abrir a barreira hematoencefálica com o objetivo de fazer com que a quimioterapia chegue ao cérebro. O manitol elimina água das células amontoadas nos vasos capilares, para que elas encolham e se separem umas das outras, abrindo espaço através do qual moléculas de drogas podem chegar ao cérebro.
A técnica foi desenvolvida por Dr. Edward A. Neuwelt, neurocirurgião da Oregon Health Sciences University e do Veterans Affairs Hospital, em Portland. Seus melhores resultados têm sido em pessoas com um tipo raro de tumor cerebral chamado de linfoma primário do sistema nervoso central. No entanto, ela não ajudou com o glioblastoma, pois, até recentemente, não havia quimioterapia para ser aplicada capaz de ter efeito sobre os tumores.
Neuwelt afirmou que a Avastin ajudou a renovar o interesse em abrir a barreira hematoencefálica, mas que pesquisadores discordam sobre se a droga serve para esse uso.
A Avastin faz os tumores "morrerem de fome" ao bloquear o crescimento de novos vasos sanguíneos, necessários para sua sobrevivência. Boockvar afirmou que os microcateteres deveriam aumentar as chances de sucesso ao entregar uma alta dose da droga diretamente onde seja mais necessária. Pesquisas anteriores com outras drogas usaram grandes cateteres inseridos nas artérias carótidas, que alimentam todo o cérebro --isto é, o tumor não recebeu a dose mais concentrada e que o tecido cerebral saudável foi exposto às drogas tóxicas.
Em meados de novembro, os pesquisadores já tinham tratado cinco pacientes, incluindo Sugrue. Primeiro, eles aplicaram o manitol, esperaram cinco minutos, depois borrifaram o Avastin. Em todos os exames de ressonância magnética dos pacientes, os pontos claros reveladores que indicavam o crescimento do tumor desapareceram após o tratamento.
"Não posso dizer o que isso significa", afirmou Boockvar. "Ninguém sabe".
De fato, a morte do primeiro paciente foi um lembrete de que o glioblastoma pode invadir outras partes do cérebro e o líquido raquidiano, e que a dose borrifada altamente localizada de Avastin pode não atingir "sementes" mortais de câncer.
Contudo, Boockvar se mantém esperançoso em relação aos demais pacientes, descrevendo os exames como "astronomicamente muito melhores do que eu esperava".
Esperança e ansiedade
No final de setembro, Sugrue ainda estava no hospital quando Boockvar entrou apressado em seu quarto e o tirou da cama para observar seus próprios exames do "antes" e do "depois".
"Ele me levou até uma sala cheia de computadores e disse: 'Tenho que lhe mostrar isso'", recordou Sugrue. "O exame de ressonância magnética era uma beleza. Fico empolgado por ele estar empolgado. Isso representa muito para mim".
Boockvar disse: "O Avastin pode não ser a melhor droga para essa técnica. O mais empolgante em relação a nossos resultados é que provamos que há um efeito local. Suponha que alguém diga: 'Tenho uma droga muito melhor'. Agora posso dizer que, pelo menos, tenho uma forma de aplicá-la".
Com os pacientes, Boockvar anda na corda bamba, tentando falar honestamente com eles, mas sem tirar suas esperanças. Ele conhece o fardo emocional que um diagnóstico de câncer pode ter: seu próprio pai teve leucemia por oito anos e morreu em setembro. A mulher de Sugrue, Donna, disse que o médico implorou que ela e seu marido resistissem a fazer pesquisas na internet sobre o glioblastoma, pois eles só leriam que a doença é uma sentença de morte.
O casal afirmou estar tentando seguir o conselho, mas quando o tema do prognóstico apareceu em uma entrevista, ambos tinham lágrimas nos olhos.
"Não faça a pergunta se não quiser a resposta", disse Donna Sugrue. "O que tiver que ser, será. Fazemos o que podemos".
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Maioria dos fumantes com câncer não larga vício, diz pesquisa
Marcelle Ribeiro - O Globo
http://oglobo.globo.com/vivermelhor/mat/2010/08/26/maioria-dos-fumantes-com-cancer-nao-larga-vicio-diz-pesquisa-917480912.asp
SÃO PAULO - Estudo do Instituto do Câncer do estado de São Paulo (Icesp) mostra que 60% dos fumantes diagnosticados com câncer não largam o vício mesmo após descobrir a doença. Segundo o levantamento, 35% dos pacientes atendidos este ano no Icesp afirmaram ser fumantes no momento em que começam a fazer o tratamento.
O tabagismo é prejudicial a quem luta contra o câncer, pois faz com que o tratamento quimioterápico tenha efeito menor no organismo, atrapalhando a cura. Além disso, faz com que os efeitos colaterais da quimioterapia - como náuseas, vômito, perda de apetite e sintomas respiratórios - sejam agravados. O fumo também dificulta a cicatrização de pacientes que passaram por cirurgias oncológicas, eleva a pressão arterial e aumenta o risco de doenças cardiovasculares e infecções respiratórias.
- Infelizmente a grande maioria relata dificuldades para abandonar o cigarro, mesmo após receberem o diagnóstico de câncer. Mas é fundamental que essa realidade mude, não só por melhorar a qualidade de vida das pessoas como para ajudar na luta contra a doença - alerta Frederico Leon Arrabal Fernandes, médico pneumologista do Icesp.
Com câncer, Michael Douglas é fotografado mais magro em Nova Iorque
Nova Iorque (EUA) - Mesmo travando uma triste batalha contra um câncer na garganta, Michael Douglas não deixa de realizar as atividades que sempre fizeram parte do seu dia a dia, como levar os filhos à escola. Nesta terça-feira, o ator de 65 anos foi fotografado ao lado da filha, Carys, enquanto levava a menina para o colégio, em Nova Iorque, de acordo com o "Daily Mail".
Mais magro e com a aparência abatida, o artista não se importou com o paparazzo. Isso porque ele e a mulher, Catherine Zeta Jones, já conversaram com a garota e com o filho mais velho do casal, Dylan, a respeito da doença, justamente para evitar comentários maldosos.
Segundo o tabloide, Michael Douglas declarou recentemente que está otimista com o tratamento de quimioterapia e radioterapia, pois o tumor está encolhendo e ele tem 80% de chances de cura.
E não é apenas com a família que o famoso continua com pique total: seu novo filme "Wall Street: Money Never Sleeps" tem previsão de estreia ainda esse ano.
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
Estudo mostra relação entre câncer e solidão
Da BBC Brasil
Do UOL Ciência http://noticias.bol.uol.com.br/ciencia/2009/12/08/estudo-mostra-relacao-entre-cancer-e-solidao.jhtm
Um estudo feito nos Estados Unidos reforça teorias de que a solidão tornaria o câncer mais provável e mais letal. O trabalho, publicado na revista Proceedings of the National Academy of Science, demonstrou que ratos isolados socialmente e submetidos a situações estressantes desenvolveram mais tumores da mama - e de um tipo mais letal - do que os animais que permaneceram em grupos.
Os pesquisadores atribuem os resultados ao estresse e dizem ser possível que o mesmo ocorra em seres humanos.
Especialistas em câncer dizem que mais estudos são necessários para provar a associação entre a doença e a solidão. O líder da equipe de pesquisadores, Gretchen Hermes, da Yale University, em Connecticut, disse:
"Existe um interesse crescente na relação entre doenças, o meio ambiente e as emoções".
"Esse estudo oferece pistas sobre como o mundo social penetra na pele".
Estresse
Os especialistas já sabem que pacientes com câncer que estão deprimidos tendem a ter sobrevida menor. E pesquisas anteriores indicam que o apoio social pode melhorar os resultados de tratamentos em pacientes que tiveram câncer da mama.
No novo estudo, os pesquisadores constataram que o isolamento e o estresse multiplicaram os riscos de câncer da mama em ratos Norway, ou ratos castanhos, tidos como bastante sociáveis.
Os ratos haviam sido programados geneticamente para desenvolver câncer da mama. Além de isolados, os animais também foram submetidos a situações estressantes: eles foram expostos ao cheiro de predadores, e temporariamente imobilizados.
Como resultado, os indivíduos isolados desenvolveram 84 vezes mais tumores do que os que viviam em comunidades coesas. Os tumores eram de tipos mais agressivos.
Os animais também apresentaram índices maiores de um hormônio associado ao estresse chamado corticosterona e levaram mais tempo para se recuperar de situações estressantes do que os ratos deixados em grupo.
Os pesquisadores dizem ter esperanças de que o trabalho ajude pacientes com câncer.
Estilo de Vida
Ed Yong, representante da entidade britânica de fomento à pesquisa sobre o câncer Cancer Research UK, ressaltou que o estudo foi feito com ratos.
"Pesquisas em humanos não indicam uma associação direta entre o estresse e o câncer da mama", disse Yong.
"Mas é possível que situações estressantes tenham um efeito indireto sobre os riscos de incidência do câncer ao tornar as pessoas mais inclinadas a adotar comportamentos pouco saudáveis que aumentam os riscos, como comer demais, beber demais ou fumar".
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Dez anos para ação de plano de saúde
STJ determina devolução a idosos de reajuste considerado abusivo
POR TAMARA MENEZES
Rio - Reajuste fora da lei feito por operadoras de saúde gera dano que só prescreve em 10 anos, decidiu o Superior Tribunal de Justiça (STJ) em ação civil pública movida por clientes da Amil Assistência Médica em Brasília com mais de 60 anos. A sentença obriga a operadora a devolver o valor pago a mais por segurados.
O impasse começou após a empresa reajustar os planos de saúde em 165%, conforme previa o contrato. O processo judicial garantiu aos usuários redução do índice para 80%. Questionada pela Amil, a conclusão da Justiça do Distrito Federal foi confirmada pelo STJ, que considerou a cláusula abusiva, em desrespeito ao Código de Direito do Consumidor (CDC) e não prescrita.
No recurso, o plano de saúde alegou que o prazo para a devolução teria expirado. Segundo o CDC, o limite é de cinco anos para pedir compensação para o consumidor prejudicado. No entanto, a relatora Nancy Andrighi, do STJ, aplicou prazo de 10 anos. Ela seguiu a regra do Código Civil para casos de abusividade de cláusula. Para Andrighi, a reparação citada no Direito do Consumidor se refere a defeitos em produtos e serviços e não se enquadraria. A decisão passa a valer para ações parecidas.
PLANO FLEXÍVEL
Como O DIA antecipou no último dia 21, a Associação Brasileira de Medicina de Grupo, que reúne os planos, vai propor à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) a criação de planos que premiem ações preventivas e bons hábitos dos usuários. Quem não fuma ou nem bebe demais seria recompensado. O presidente do órgão regulador prometeu “avaliar com atenção” a sugestão, que será avaliada por câmara técnica da ANS.
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
Ministro anuncia R$ 412 milhões para tratamento de câncer
http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4641756-EI306,00-Ministro+anuncia+R+milhoes+para+tratamento+de+cancer.html
O tratamento de câncer pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que atende em 2010 a 300 mil pacientes, ganhou nesta quarta-feira o reforço de R$ 412 milhões com a assinatura de portarias de reestruturação da assistência em oncologia pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão. Com os novos recursos, o total de investimento do governo chegará a R$ 2 bilhões e, segundo Temporão, é a maior mudança desde 1999, quando o sistema de tratamento oncológico foi criado.
"Isso permite remunerar melhor o sistema, além do uso de novas técnicas e a incorporação de novas drogas ao tratamento", disse o ministro da Saúde. Ele afirmou também que isso foi possível com a melhor gestão dos recursos do setor e negociações com laboratórios para a compra de medicamentos mais baratos.
Temporão disse ainda que o Brasil é um dos poucos países que têm uma rede para tratamento de câncer pelo sistema público de saúde em todas as etapas, que conta atualmente com 266 pontos de atendimento. Serão incluídos agora no tratamento nove procedimentos para tratamento de câncer de fígado e mama, além de linfoma e leucemia aguda.
Os novos recursos serão repassados anualmente a Estados e municípios e correspondem a 25% do total investido no tratamento de câncer no ano passado (R$ 1,6 bilhão). Os quase 100 tipos de câncer diagnosticados atualmente pelos médicos constituem o segundo grupo de doenças que mais matam no Brasil, atrás apenas das doenças cardiovasculares.
As medidas anunciadas hoje permitirão a ampliação, em até dez vezes, do valor pago por 66 procedimentos já realizados no tratamento de câncer pelo SUS. São 20 radioterápicos e 46 quimioterápicos, de um total de 155. A radioterapia contará com mais R$ 154 milhões - um total de R$ 318 milhões no seu orçamento, 94% a mais do que em 2009. Outros R$ 247 milhões serão injetados no setor de quimioterapia, que terá um total de R$ 1,5 bilhão em 2010, contra R$ 1,25 bilhão em 2009.
Dos novos procedimentos incorporados ao tratamento oncológico pelo SUS, três são para tratamento de câncer do fígado e cinco são de quimioterapia para tratamento de câncer de mama, linfoma e leucemia aguda. Segundo o secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Alberto Beltrame, "as alterações irão se refletir diretamente na qualidade da assistência aos pacientes atendidos na rede pública e privada que compõe o SUS".
Ministério da Saúde inclui nove procedimentos contra o câncer no SUS
DE BRASÍLIA
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/788578-ministerio-da-saude-inclui-nove-procedimentos-contra-o-cancer-no-sus.shtml
Foram incluídos no SUS (Sistema Único de Saúde) nove novos tratamentos para câncer de fígado e de mama, leucemia aguda e linfoma.
O anúncio faz parte de um pacote de medidas para oncologia anunciado nesta terça-feira pelo Ministério da Saúde. No total, serão R$ 412 milhões a mais para a área, um aumento de 25% no orçamento atual.
Entre medicamentos que serão incluídos está o Rituximabe (nome comercial Mabthera), usado no tratamento do linfoma, tipo de câncer que acometeu a candidata à Presidência Dilma Rousseff (PT) no ano passado e do qual, segundo exames recentes, ela está livre.
Além dos novos tratamentos, os recursos adicionais serão usados também no reajuste do valor pago pelo SUS aos hospitais que realizam serviços de radioterapia.
Outra medida é a ampliação do atendimento em hospitais-dia, regime diário de internação que poderá agilizar o atendimento a pacientes com leucemia.
O ministro José Gomes Temporão (Saúde) negou que o conjunto de medidas tenha caráter eleitoreiro e afirmou que elas vinham sendo estudadas há oito meses.
domingo, 22 de agosto de 2010
Justiça proíbe reajuste de plano de saúde para maior de 60 anos
Sexta-feira 20 de agosto de 2010
Hoje, regra somente é aplicada a contrato assinado após 2004.
Agência que regula serviços já recorreu.
A Justiça Federal acolheu ação civil do Ministério Público e decidiu que, em nenhum caso, planos de saúde podem aumentar as mensalidades pagas por um cliente apenas porque ele tem mais de 60 anos.
Hoje a proibição de reajuste é apenas aplicada aos contratos assinados após 2004, e se o consumidor tiver completado 60 anos depois daquele mesmo ano.
A decisão é válida para todo o país, mas, como foi de uma vara federal num Estado, no caso Minas, cabe recurso. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) – que elaborou as regras atuais em 2004, com base no Estatuto do Idoso, aprovado no ano anterior – já recorreu da decisão, informa o jornal Folha de São Paulo.
Segundo o juiz Lincoln Pacheco Costa, que acolheu a ação, o Estatuto retroage e assegura a todos os idosos do país o direito de não terem o valor do plano de saúde reajustado por causa da idade.
O aumento das mensalidades, argumentam empresas, é necessário porque idosos são mais vulneráveis a doenças e, assim, usam com mais freqüência serviços médicos.
Comentário do Vida com Câncer: “É impressionante a presteza com que a ANS se dispões a defender as operadoras de planos de saúde. O mesmo não ocorre quando o problema afeta o cliente. Pela regra atual o cliente hoje á obrigado a migrar para um contrato novo e pagar cerca de 20% a 30% de reajuste para se ver livre de um direito assegurado em lei através do Estatuto do idoso.
Por outro lado, muitas coisas que a justiça já formou jurisprudência a favor dos clientes, a ANS continua a dar orientação em contrário no seu site defendendo os planos de saúde. Um exemplo, é o caso da colocação de stent, que os planos já deixaram de negar, pois a justiça já formou jurisprudência a favor dos clientes com contratos antigos e a ANS diz que o cliente tem que migrar de plano. Um absurdo.”
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
Teste com saliva detecta certos tipos de câncer com rapidez
http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/758949-teste-com-saliva-detecta-certos-tipos-de-cancer-com-rapidez.shtml
29/06/2010-12h14
Uma universidade japonesa e outra americana desenvolveram uma técnica que consegue detectar com rapidez certos tipos de câncer realizando um teste de saliva, informaram os pesquisadores nesta terça-feira.
Esta tecnologia, desenvolvida pela Universidade japonesa de Keio e a Universidade da Califórnia permite detectar altas probabilidades de câncer de pâncreas, de mama ou de boca.
Os pesquisadores analisaram amostras de saliva de 215 pessoas diferentes, entre as quais havia pacientes com câncer, e identificaram 54 substâncias cuja presença permite detectar a doença.
Depois de proceder a outros exames, conseguiu-se detectar 99% dos casos de câncer de pâncreas existentes, 95% dos de mama e 80% dos de boca, acrescentou.
A realização deste teste levaria, no máximo, meio dia, segundo os pesquisadores.
Esta nova tecnologia é capaz de detectar até 500 substâncias diferentes presentes na saliva ao mesmo tempo, afirmou o professor Tomoyoshi Soga, da Keio University.
O pesquisador enfatizou que esta nova tecnologia permitirá detectar com muito mais facilidade o câncer de pâncreas e de boca.
"As taxas de sobrevivência do câncer de pâncreas e de boca são particularmente baixa porque os sintomas não são muito claros na fase inicial, e por isso se demora mais em descobrir a enfermidade", indicou o comunicado.
"A saliva é mais fácil de examinar que o sangue ou as matérias fecais", indicou o chefe da equipe de pesquisas de Keio, Masaru Tomita, segundo o comunicado.
"Gostaríamos de usar essa tecnologia para tentar detectar outras enfermidades também", acrescentou.
terça-feira, 10 de agosto de 2010
Linfoma de Lugo é curável com tratamento, diz médico
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI4614354-EI8140,00-Linfoma+de+Lugo+e+curavel+com+tratamento+diz+medico.html
O linfoma diagnosticado no presidente paraguaio, Fernando Lugo, é tratável com quimioterapia e tem um grau baixo de malignidade, disse nesta segunda-feira um de seus médicos, enquanto o mandatário cumpria sua agenda e preparava uma viagem a São Paulo para exames mais específicos.
O diagnóstico inesperado do presidente de 59 anos ¿ que pôs fim a mais de seis décadas de governo conservador no país ¿ causou um rebuliço político pela possibilidade de ele não concluir o mandato de cinco anos em 2013. Mas especialistas independentes consultados pela Reuters disseram que os pacientes com essa doença têm uma alta probabilidade de levar adiante uma vida normal, embora o tratamento possa afetar a rotina de trabalho de Lugo.
A ministra da Saúde, Esperanza Martínez, confirmou que estudos realizados nos Estados Unidos em amostras de um gânglio extraído na semana passada do presidente indicaram que o tipo de linfoma que o afeta é o de baixo grau de malignidade, o que "aumenta o otimismo sobre seu tratamento e cura". "A primeira informação, que ainda não tenho por escrito, é que confirmou o diagnóstico de que é um linfoma não Hodgkin de baixo grau de malignidade, o que por sorte dá um prognóstico muito bom", disse Martínez ao canal Telefuturo, de Assunção.
"Os (linfomas) que são de baixo grau normalmente têm uma evolução lenta no tempo e são mais facilmente curáveis ... é uma notícia muito boa", acrescentou. Horas antes, o hematologista Alfredo Boccia, porta-voz da equipe médica de Lugo, disse que a doença se encontrava em um estado mais avançado do que o anunciado inicialmente, porque afetava os gânglios em cima e embaixo do diafragma, mas que a doença era tratável com quimioterapia a ser realizada no Paraguai.
"É difícil que um linfoma não Hodgkin esteja em apenas um gânglio. Esse tipo de linfoma, em 80 por cento dos casos, está em estágio avançado, mas essa classificação não define o prognóstico", explicou Boccia. "O importante é o tipo de célula que prolifera porque algumas são mais benignas ou de crescimento lento e outras, mais resistentes à quimioterapia", acrescentou.
Lugo viaja a São Paulo
Em princípio, Lugo teria de se submeter a seis sessões de quimioterapia a cada três semanas, tratamento que, segundo Boccia, é menos agressivo que em outros tipos de cânceres e o permitiria até mesmo a tomar decisões vinculadas ao exercício do cargo durante seu desenvolvimento. Na terça-feira, Lugo viajará a São Paulo, onde realizará exames no Hospital Sírio-Libanês para obter um diagnóstico mais detalhado, verificar se há outros nódulos e tumores e estabelecer a frequência e o tipo de tratamento.
O ex-bispo católico, que completará no domingo dois anos no cargo, irá se submeter a uma tomografia, a uma análise de sangue e biópsia de medula óssea durante a viagem, que irá se estender até a noite de quarta-feira. Boccia disse que se o tratamento for eficaz, o paciente só poderá ser considerado curado depois de três anos.
No entanto, o oncologista argentino Manuel Garzón disse que em geral a doença tem um bom prognóstico quanto à vida do paciente, embora no caso de Lugo possa afetar sua atividade.
Muito otimista
Lugo cumpriu sua agenda desde a manhã desta segunda-feira, que incluiu reuniões com ministros e empresários. Por volta do meio-dia, foi a uma região de obras em Assunção, onde foi visto animado e de bom humor. O ministro das Comunicações, Augusto Dos Santos, disse que Lugo se mostrou interessado no tratamento e lançou a ideia de realizar a quimioterapia nos fins de semana para não interromper a agenda oficial.
"Eu o vi muito bem, muito otimista", completou Dos Santos.
Depois do diagnóstico de Lugo, a maioria dos políticos expressou cautela na hora de avaliar o futuro. "É uma situação muito delicada, mas a institucionalidade da República está assegurada", disse a jornalistas o presidente da Câmara dos Deputados, Víctor Bogado, da oposição.
O vice-presidente Federico Franco, primeiro na linha de sucessão e que estava de viagem quando Lugo foi diagnosticado, disse que não tiraria proveito da doença. "Meu compromisso é com o presidente e com o povo paraguaio. O presidente pode ficar tranquilo que eu o cumprirei", disse o liberal, que vive em constante atrito com o presidente, a uma emissora de rádio.
No entanto, o secretário-geral da Presidência, Miguel López Perito, um dos principais colaboradores de Lugo, disse que o mandatário se encontra em perfeitas condições para governar. "O presidente Fernando Lugo terá seu sucessor, mas em 15 de agosto de 2013", garantiu. "Enquanto não tivermos confirmações dos especialistas, o melhor é deixar de especulações."
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
No Brasil, 62% acham difícil conseguir assistência médica de qualidade e a preço acessível
Assistência médica de qualidade e a preço acessível
País Acham difícil conseguir
Japão 85%
Hungria 83%
Rússia 71%
Coreia do Sul 71%
China 66%
República Tcheca 66%
México 64%
Brasil 62%
Itália 62%
Argentina 55%
Alemanha 55%
Polônia 51%
EUA 49%
Espanha 47%
Grã-Bretanha 45%
Austrália 38%
França 37%
Índia 36%
Holanda 31%
Canadá 31%
Bélgica 30%
Suécia 25%
Estudo divulgado às vésperas do Dia Nacional da Saúde (5) e realizado em 22 países indica que metade das pessoas acha difícil conseguir serviços de assistência à saúde com qualidade e preço acessível quando um membro da família fica muito doente. No Brasil, esse índice é de 62%.
A pesquisa contou com mais de 23 mil adultos com idade entre 18 e 64 anos (mais de mil pessoas por país) e foi feita pelo instituto de pesquisas Ipsos, em parceria com a Reuters. A margem de erro é de 3.1% para mais ou para menos.
Os resultados indicam que as pessoas que vivem no Japão, na Hungria, na Rússia e na Coreia do Sul, nessa ordem, são as mais inclinadas a achar que é difícil conseguir assistência médica de qualidade e por preço acessível.
Já os cidadãos que vivem na Suécia, na Bélgica, no Canadá e na Holanda são os mais inclinados a achar que seria fácil conseguir o mesmo.
Perfil
Aqueles cidadãos mais inclinados a indicar que seria difícil para um membro muito doente da família conseguir serviços de assistência médica de qualidade a um preço acessível são na maioria mulheres (55%, contra 50% de homens), têm menos de 35 anos (53%) e entre 35 e 54 anos (também 53%, contra 48% com 55 anos ou mais), são de baixa renda (56%, contra 52% com renda média e 47% com alta renda) e tem um nível educacional baixo (56%, contra 53% daqueles com nível educacional médio e 49% com alto nível educacional).
Não houve diferença em termos de estado civil (52% são casados e outros 52% têm “outros estados civis”).
Já os cidadãos mais inclinados a indicar que seria fácil para um membro muito doente da família conseguir serviços de assistência médica de qualidade a um preço acessível são na maioria mulheres (50%, contra 45% de homens), têm 55 anos ou mais (52%, contra 47% que têm menos de 35 anos e 47% com idade entre 35 e 54 anos), são de alta renda (53%, contra 48% com renda média e 44% com baixa renda) e tem um elevado nível educacional (51%, contra 47% daqueles com nível educacional médio e 44% com baixo nível educacional).
Não houve diferença estatística entre os casados (48%) e os demais (também 48%).
Comentário do Jornal Destak (6 de agosto de 2010).
Resultado reafirma desagrado com o setor privado da saúde, uma vez que o brasileiro é o 8º mais insatisfeito com planos de saúde em um conjunto de 22 países.
O resulta reforça o cenário de insatisfação com o setor no país. Pelo décimo ano consecutivo, as queixas referentes aos planos de saúde lideram o ranking de reclamações do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).
Leucemia - Fabricação de remédio é suspensa
O principal medicamento contra a leucemia linfóide aguda (câncer infantil mais freqüente) teve a fabricação suspensa temporariamente no Brasil. O laboratório Bagó, que faz o remédio Elspar, alegou que a Anvisa não aprovou a mudança do local de fabricação. A expectativa é de que a fabricação seja retomada em 180 dias.
terça-feira, 3 de agosto de 2010
Estudo revela que frios de carne vermelha podem provocar câncer de bexiga
AFP - Agence France-Presse
Publicação: 02/08/2010 14:18
WASHINGTON - A carne vermelha, vinculada ao risco de acidentes cardiovasculares e alguns tipos de câncer como o de pâncreas, está novamente no centro de uma polêmica, pois agora é suspeita de causar câncer de bexiga, segundo um estudo divulgado nos Estados Unidos pela revista Cancer.
No entanto, para todos aqueles que não resistem à tentação de comer um hambúrguer com queijo e bacon, uma boa notícia: os cientistas não encontraram qualquer associação entre o consumo de lombo, bacon, hambúrguer, salsicha e filé e o câncer. Mas sim, "uma associação indireta real entre os frios de carne vermelha" e o câncer de bexiga, informaram os cientistas no estudo.
No processamento dos frios são adicionados nitratos e nitritos à carne para preservá-la e realçar sua cor e sabor. "Os nitratos e nitritos são precursores de compostos N-nitrosos, que induzem à formação de tumores em muitos órgãos, inclusive na bexiga, em várias espécies animais", diz o estudo.
Na pesquisa, os cientistas avaliaram o consumo de nitratos, nitritos e outros componentes encontrados na carne vermelha em 30.000 homens e mulheres de 50 a 71 anos, em oito estados norte-americanos, e sua relação com o câncer.
Os participantes do estudo foram acompanhados por até oito anos. Durante este tempo período, 854 foram diagnosticados com câncer de bexiga.
Os cientistas descobriram que as pessoas cujas dietas eram ricas em nitritos de qualquer tipo, não só na carne, e pessoas que consumiam muitos nitratos de carne processada, como os frios, tinham entre 28% e 29% mais chances de desenvolver câncer de bexiga do que aqueles que consumiram estes componentes em menores quantidades.
A pesquisa foi chefiada pela doutora Amanda Cross, do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos.
quarta-feira, 28 de julho de 2010
Preparação de comida sem adição de sal
Cabe lembrar que os hipertensos e os que sofrem de doenças cardíacas ou circulatórias também estão incluídos na relação de pacientes com restrições quanto à ingestão do sal.
Assim, tem sido um desafio para os nutricionistas e profissionais da área de gastronomia desenvolver substitutos para o sal ou preparar comidas saborosas sem a adição deste produto.
No mercado mundial e mais restritamente no Brasil, existe uma série de produtos desenvolvidos para substituir o sal. No entanto, estes produtos devem ser olhados com cautela pelos portadores de insuficiência renal, pois a maioria utiliza predominantemente cloreto de potássio no lugar do cloreto de sódio, uma vez que estão voltados para atender o mercado de hipertensos, que é muito maior do que o de portadores de insuficiência renal.
Diante disso, os portadores de insuficiência renal usam fórmulas caseiras para substituir o sal e amenizar o problema. A primeira fórmula é substituir o sal pela casca do limão ralada e adicionar ervas variadas. Para fazer a casca de limão ralada, não se deve esquecer de realizar uma boa higienização na mesma antes de passá-la no ralo mais fino do ralador, tomando o cuidado de não ralar junto a parte branca da casca, pois esta parte tem gosto amargo.
Um blogueiro que passa por este problema, o Paulo César (http://asagadevalente.blogspot.com/), nos enviou as listas do Núcleo de Nefrologia de Belo Horizonte S/C Ltda com as Orientações Nutricionais para Hemodiálise, onde encontramos as seguintes dicas de temperos:
“Tempere sua salada com: vinagre, alho, cebola, limão, azeite e ervas.
Sugestão: Tempere com sal apenas a carne e o feijão das refeições, para maior aderência à restrição de sódio de sua dieta.
Sugestão de tempero: 300 g de alho / 100 g de sal / cebola / cebolinha / pimenta – Bater todos os ingredientes no liquidificador e guardar em recipiente fechado. Temperar todas as preparações como arroz, feijão, guarnições...”
Segundo nossa experiência, uma dica para potencializar pequenas quantidades de sal ou quando queremos intensificar o sabor dos temperos, é deixar as comidas já temperadas ficarem mais tempo tomando gosto na geladeira. Se colocarmos esta comida e os temperos num saco plástico melhor ainda, já que o contato da comida com o tempero é maior.
Outra dica é que comidas prontas com molhos e congeladas apresentam também o gosto mais acentuado do que a feita na hora. Daí a recomendação de se diminuir os temperos na hora de fazer comida para congelar ou congelar o molho separadamente.
É comum escutarmos aqui no Rio de Janeiro que a feijoada no dia seguinte é mais saborosa do que no dia em que foi feita. Isso é verdade, uma vez que o feijão ficou tomando o gosto das carnes por mais tempo. Por sinal, é o feijão ideal para se fazer o chamado Feijão Amigo ( Caldinho de Feijão) que o carioca tanto aprecia e adora tomar nos bares da cidade.
Utilize estas dicas para potencializar a pouca quantidade de sal que tem direito.
Outras dicas. Nos peixes inteiros, por exemplo, os temperos entranham melhor se dermos uns talhos paralelos em suas partes laterais e se colocarmos temperos também em sua barriga.
Já, a carne de boi não deve ser lavada ou se dar talhos, sob pena de perdermos os seus sucos e consequentemente seus sabores. Na hora de cozinhar devemos dar uma selada prévia em todo seu exterior para não perdermos seus sucos durante o processo de cozimento.
Nos Estados Unidos da América é comum não se usar sal, mas o açúcar (açúcar refinado, açúcar mascavo e melado), na preparação de pratos a base de abóbora, de modo a acentuar seu sabor doce. O mesmo é feito com pratos de batata doce.
Para quem gosta de limão, lembramos que existem diversos pratos mediterrâneos de origem italiana cujo tempero principal é o suco de limão. Estes pratos são identificados com o nome do ingrediente principal seguido de “al limone”, como Pesce al limone, Spaghettini al limone, Risotto al limone, etc. Acreditamos que o sal pode ser dispensado nestas receitas diante do sabor marcante do limão. Não custa experimentar.
Devemos lembrar ainda que existem duas formas de temperar os alimentos. A primeira delas é através de uma mistura de temperos secos, que passamos no alimento e deixamos tomando gosto. É a mais usada na comida caseira diária, sendo o que o americano chama de rub.
A segunda é através da marinada, na qual combinamos temperos secos com líquidos e deixamos o alimento de molho nesta mistura para tomar gosto. Em vários casos esta marinada entra no processo de cozimento junto com o alimento, passando a constituir um molho.
a) Temperos secos.
Fizemos uma pesquisa na Internet e encontramos, entre outras, as seguintes combinações de temperos para substituir o sal.
Ingredientes (pode considerar a colher como de sopa ou de chá,variando a quantidade que se pretende fazer):
5 colheres de cebola em pó
1 colher de alho em pó
1 colher de paprika doce
1 colher de mostarda moída
1 colher de tomilho seco
1/2 colher de pimenta do reino moída
1/2 colher de sementes de aipo ou salsão
Misturar bem todos os ingredientes.
Tempero estilo italiano
2 colheres de alho em pó
1 colher de cebola em pó
3 colheres cada de orégano, sálvia, mangerona, tomilho e alecrim secos
1 colher de manjericão seco
1 colher de pimenta do reino moída
Colocar todos os ingredientes num processador e processar até a mistura ficar com a consistência de um pó fino.
Ingredientes:
2 colheres de mostarda moída ou seca
2 colheres de cebola em pó
2 colheres de alho em pó
2 colheres de pimenta branca moída
2 colheres de casca de limão ralada
2 colheres de casca de laranja ralada
Processar todos os ingredientes num processador de alimentos até a mistura ficar com a consistência de um granulado fino.
b) Marinadas.
Na internet encontramos 2 marinadas:
Marinada 1: suco de limão, gengibre, pimenta branca e vinho branco seco. Esta mistura foi usada para marinar peixe e galinha, podendo ser acrescida de outros temperos. Não colocar a marinada na panela durante o processo de cozimento, diante dos níveis de potássio e sódio do vinho.
Marinada 2: iogurte, gengibre, alho, cebola picada, tomate picado e pimenta do reino ou pimenta malagueta. Utilizada para carnes em geral (carne de boi, porco e frango), devendo também ser descartada na hora do cozimento.
Como reparamos que o molho de salada indicado pelo Núcleo de Nefrologia de BH é feito com vinagre, alho, cebola, limão, azeite e ervas, lembramos que na Região dos Lagos Fluminenses é muito usado um tempero básico composto de alho, sal, vinagre e limão, que é utilizado na preparação de peixes e porcos. Como achamos que a supressão do sal não deverá afetar muito o sabor do peixe vamos experimentar fazer um prato e depois daremos o resultado.
Este tempero é uma variação do tradicional vinha d’alhos. O vinha d’alhos é uma marinada aparentemente típica de Portugal, que deu origem a um prato da culinária da Índia, o vindaloo. O vinha d’alhos, como o nome indica, é feito basicamente de vinho (e/ou vinagre) e alho, mas contendo sempre sal e, muitas vezes, outros temperos, tais como cebola, louro, cominho, alecrim, etc.
Para finalizar listamos a seguir as dicas do Edinburgh Royal Infirmary ( www.edren.org) sobre temperos e ingredientes como substitutos do sal, considerando a afinidade dos sabores:
Maçã – para comer com pratos de porco
Bouquet garni, manjericão – em ensopados, picadinhos e “casseroles” do americano
Louro – adicionar em pratos com peixe, frango e carne vermelha
Cebolinha picada, inclusive parte branca – adicionar a batatas ou saladas
Curry em pó – usar em pratos de carne, frango, vegetais, legumes e arroz
Cravo – usar na água do cozimento da cebola para dar sabor ao molho branco
Alho amassado – usar em qualquer prato de carne ou salada; adicionar à manteiga ou margarina para fazer pão de alho
Vinagre de vinho com ervas – usar separado ou misturado com óleo para comer com qualquer prato picante ou vegetais apimentados
Suco de limão - adicionar a pratos de peixe ou frango
Mistura de ervas – como recheios e em omeletes
Menta – carne de cordeiro
Mostarda – para fazer molho de mostarda com carne de boi, adicionar um sabor picante ao molho branco ou ao molho de salada a base de azeite com vinagre
Noz moscada – salpicar sobre os vegetais e legumes, particularmente sobre purê de batata, repolho e couve-flor
Salsa – como enfeite ou em molhos ou pratos de peixe
Paprika – usar em guarnições (salpicada) de pratos de frango e arroz
Pimenta – para fazer pratos picantes
Alecrim – em pratos de carne de boi ou cordeiro assados ou com repolho
Sálvia – em ensopados ou como recheio de porco ou pato
Molho de salada: vinagre com azeite de oliva e alho
Estragão – em ovos mexidos e peixe
Vinagre – adicionar a chips e ovos cozidos (durante o processo de cozimento)
quarta-feira, 21 de julho de 2010
Laboratório recolhe lotes de medicamento usado no tratamento do câncer de próstata
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O laboratório farmacêutico Sandoz divulgou um comunicado nesta terça-feira informando que está recolhendo todos os lotes do medicamento Lectrum (acetato de leuprorrelina), de 3,75 mg e 7,5 mg. O remédio é utilizado no tratamento do câncer de próstata e indicado também para tratar fibroma uterino e endometriose.
No comunicado, a empresa esclarece que não há evidências de que o problema encontrado possa causar qualquer risco aos pacientes, mas devido à possibilidade de variações na quantidade de princípio ativo do produto, está recolhendo os lotes dos produtos disponíveis do mercado como medida preventiva e visando diminuir eventuais riscos.
Segundo o Sandoz, os consumidores que tiverem o medicamento devem entrar em contato com o Serviço de Atendimento ao Consumidor do laboratório, pelo número 0800 4009192. Em caso de dúvida quanto ao tratamento, a empresa orienta os pacientes a procurarem seus médicos.
Ainda de acordo com o comunicado, a companhia está trabalhando para o breve restabelecimento da comercialização do produto.
segunda-feira, 19 de julho de 2010
Linhaça pode ser nova arma contra o câncer de ovário, sugere estudo
Um novo estudo da Universidade de Illinois, nos EUA, sugere que a linhaça pode ajudar a reduzir a severidade do câncer de ovário. Em testes com galinhas, os cientistas descobriram que, entre as aves doentes, aquelas que eram alimentadas com as sementes tinham mais chances de manter um peso saudável, desenvolviam menos tumores em estágio avançado, tinham menos metástase do câncer e apresentavam maior sobrevida do que as galinhas com dieta convencional.
De acordo com os autores, a linhaça é rica em ácido alfalinoleico - um tipo de ômega-3 associado a diversos benefícios para a saúde -, e é relacionada, por diversos estudos, à inibição dos cânceres de cólon, de pele e de pulmão em humanos.
Entretanto, apesar de a galinha ser o único animal que desenvolve, espontaneamente, câncer ovariano na superfície dos ovários, como humanos, os especialistas recomendam cautela na análise dos resultados. Para confirmar os benefícios da semente e desvendar as razões da proteção, estudos mais complexos são necessários. “Essas descobertas podem oferecer as bases para um teste clínico que avalie a eficácia da linhaça como quimiossupressor do câncer de ovário em mulheres”, concluíram os autores.
Escrito por Leandro Perché
terça-feira, 13 de julho de 2010
Morre o instrumentista Paulo Moura
http://jbonline.terra.com.br/pextra/2010/07/13/e130714860.asp
RIO - O músico Paulo Moura, de 77 anos, morreu no fim da noite desta segunda-feira. Com linfoma, ele estava internado na Clínica São Vicente, no Rio, desde 4 de julho.
Compositor e arranjador, Paulo Moura tocou com grandes nomes da música brasileira, como Ary Barroso, Dalva de Oliveira, Elis Regina, Milton Nascimento e Sérgio Mendes.
Paulista de São José do Rio Preto, Paulo Moura nasceu numa família de instrumentistas. Aos 9 anos, começou a tocar clarineta e, aos 14, entrou para o conjunto do pai. Gravou o primeiro de seus 40 discos em 1956 e chegou a integrar a orquestra do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
Em 2000, Paulo Moura ganhou o Grammy Latino para Música de Raiz com seu trabalho "Pixinguinha: Paulo Moura e os Batutas”.
O instrumentista era casado com a psicalinista Halina Grynberg, que também era sua empresária e produtora musical.
00:26 - 13/07/2010
Adeus Paulo.
Fica a saudade das domingueiras dançantes das décadas de 80/90, quando você se apresentava com sua orquestra no Parque Lage, Rio de Janeiro.
quinta-feira, 8 de julho de 2010
Justiça garante aos filhos restituição de IR descontado de contribuinte doente
Publicação: 27/05/2010 06:37
Todo o trabalho dos herdeiros para colocar em dia as obrigações financeiras que persistem mesmo depois da morte consome tempo e dezenas de páginas dos processos de espólio. O que eles desconhecem, frequentemente, são os direitos do contribuinte falecido que continuam vivos, embora o governo federal não faça a menor questão de reconhecê-los. Contrariando essa lógica muito comum, o juiz Eduardo José Corrêa, da 21ª Vara da Justiça Federal em Belo Horizonte, julgou procedente o pedido de devolução de valores pagos a título de Imposto de Renda aos herdeiros da ex-pensionista Arminda Francisco de Melo, morta em junho de 2006 aos 80 anos. O IR foi descontado dos vencimentos dela durante o período em que sofria de doença grave incluída na legislação brasileira como passível de isenção da cobrança do IR.
Na sentença, que ainda depende de confirmação do Tribunal Regional Federal - 1ª Região (TRF), o juiz determina a restituição dos valores descontados de julho de 2002 a julho de 2007, com correção monetária e juros de 1% ao mês. A decisão é um precedente importante não só para os casos de direitos não resguardados aos contribuintes, como também para as famílias que não se veem estimuladas a questionar a Justiça sobre o complexo direito tributário.
Cálculos preliminares feitos pela advogada Valentina Avelar de Carvalho, autora do processo de espólio de Arminda Melo, levam os créditos a que os herdeiros têm direito a cerca de R$ 740 mil, sendo quase metade do valor referente à parcela dos juros. A Procuradoria da Fazenda Nacional deverá recorrer da decisão, como ocorre de praxe nesses casos. “Cada vez mais a Justiça se mostra coerente em garantir os direitos do contribuinte, diante das manobras da administração pública”, afirma Valentina de Carvalho.
A advogada observa que há situações também frequentes em que o contribuinte favorecido pela isenção do IR por motivo de doença grave, como câncer, cardiopatias e diabetes mellitus, volta a ser tributado passados cinco anos do diagnóstico médico, sob alegação de que ele não é mais portador de sintomas. A conclusão é amparada em exames anuais aos quais a pessoa tem de se submeter.
Como em dezenas de casos, a família de Arminda Melo, ex-pensionista de um funcionário da Justiça do Trabalho de BH, só descobriu no decorrer do processo de espólio que ela tinha direito à isenção do IR no período em que sofreu de cardiopatia grave. A filha, Maria Beatriz Rotsen de Melo, comemorou a sentença do juiz federal Eduardo Corrêa, mas está certa de que a batalha ainda se estenderá. “Percebemos que existe o caminho, entretanto isso não é o final”, afirma. Para ela, a experiência da família mostra o valor da divulgação dos direitos do contribuinte.
O advogado Danilo Santana, presidente da Associação Brasileira de Consumidores (ABC), com sede na capital mineira, confirma a tese de que a complexidade do direito tributário costuma afastar os contribuintes que poderiam ser beneficiados. Herdeiros, então, nem se fala. “Muitas vezes, o espólio se envolve na busca de regularizar as pendências financeiras e nem trata dos direitos. Lamentavelmente, a lei estabelece as normas, mas o Banco Central e a Receita Federal não os reconhecem”, afirma. De acordo com Santana, cerca de 17% das ações ajuizadas para recuperação de valores expurgados das cadernetas de poupanças ao longo de planos econômicos adotados no Brasil são movidas por herdeiros dos titulares das contas.
O artigo 6º da Lei 7.713 de 1988 isenta do IR os proventos de aposentadoria ou reforma recebidos por pessoas que tem doenças graves definidas no inciso XIV. Entre elas está a cardiopatia grave de que sofria Arminda Melo. A ação movida pelos herdeiros dela deu entrada na Justiça Federal em agosto de 2007 e a sentença só foi publicada no mês passado. Outra decisão favorável ao contribuinte, segundo a advogada Valentina de Carvalho, foi tomada em abril pela ministra Eliane Calmon, ao tratar de isenção do IR para portadores de cancer.
A ministra do STJ assegura o direito do contribuinte aposentado que sofre de câncer, sem a necessidade de que ele demonstre sintomas recentes. Da mesma forma, não será necessária a indicação da data de validade do laudo pericial ou comprovação de recaída da doença. De acordo com a sentença, “o entendimento do STJ é no sentido de diminuir o sacrifício do inativo, aliviando os encargos financeiros relativos ao acompanhamento médico e remédios”.
Alencar volta a ser internado, diz hospital
http://jbonline.terra.com.br/pextra/2010/07/07/e070713075.asp
20:31 - 07/07/2010
SÃO PAULO - O hospital Sírio-Libanês, de São Paulo, divulgou, nesta quarta-feira, um boletim médico dizendo que o presidente da República em exercício, José Alencar, foi internado para dar sequência ao tratamento de quimioterapia. A internação também tem como objetivo avaliar o quadro cardiovascular do paciente.
Segundo a nota, divulgada às 20h06, Alencar apresentou um quadro hipertensivo, o que levou à internação "para avaliação mais detalhada e tratamento apropriado". Ele é atendido pela equipe dos médicos Roberto Kalil Filho e Paulo Hoff.
sábado, 3 de julho de 2010
Congelamento elimina 90% dos tumores pequenos em rins
http://saude.terra.com.br/interna/0,,OI4530116-EI1497,00-Congelamento+elimina+dos+tumores+pequenos+em+rins.html
Fábio Santos
O câncer de rim, terceiro tipo mais frequente do aparelho genitourinário, já pode ser tratado de forma menos invasiva, menos dolorosa e sem a necessidade de se retirar totalmente os rins. Realizada no Brasil há cerca de um ano, a crioterapia, técnica de congelamento do tumor, se mostrou altamente eficiente na cura desse tipo de doença, além de proporcionar uma melhora mais rápida ao paciente e evitar que ele faça diálise pelo resto da vida.
Segundo o urologista e cirurgião do Hospital Albert Einstein de São Paulo Oskar Kaufmann, a técnica utilizada na crioterapia reduz o desgaste do paciente e é eficaz. "Através da crioterapia, conseguimos destruir totalmente cerca de 90% dos tumores com até três centímetros", disse o urologista.
Queima a frio
O procedimento da crioterapia é bem simples e leva cerca de duas horas dependendo da técnica utilizada. Por meio de três ou quatro incisões pequenas no abdômen, o cirurgião isola o tumor renal, guiado por videolaparoscopia (incisão auxiliada por microcâmeras). Depois de afastar os órgãos próximos, como fígado e baço, ele introduz agulhas muito finas diretamente no tumor e numa pequena margem do rim normal. O argônio sob pressão passa pelo interior das agulhas a uma temperatura de até -125º C, congelando o tecido ao redor. "Outro ponto positivo é a possibilidade de tratar múltiplos tumores em uma única cirurgia", disse Kaufmann
Temperaturas abaixo de 20º C são suficientes para promover a morte celular. Portanto são realizados durante a cirurgia dois ciclos de congelamento para garantir que a temperatura seja adequada ao final do processo. O resultado é a destruição total das células cancerígenas do local, que ficam mortas e completamente inativas.
O maior benefício da crioterapia, sem dúvida, é o fato de ser menos invasiva, possibilitar o tratamento de múltiplos tumores e diminuir o tempo de internação do paciente. "Ao contrário da cirurgia invasiva, quando o paciente precisa de dias para a recuperação, a crioterapia pode liberar o paciente em menos de 24 horas, dependendo do caso", disse o médico.
A crioterapia ainda é um procedimento inovador e novo no Brasil. Atualmente, a cirurgia é realizada apenas no hospital Albert Einstein em São Paulo, segundo Oskar Kaufmann. Além disso, existem estudos para a aplicação do procedimento em outros tipos de câncer.
quarta-feira, 30 de junho de 2010
Aniversário de 1 ano do blog Vida com Câncer
terça-feira, 29 de junho de 2010
Método promete detecção precoce de câncer de ovário
Estudo desenvolve modelo matemático que auxilia na detectção precoce de câncer de ovário em mulheres na menopausa
AFP 21/05/2010 09:56
Um novo método de detecção precoce do câncer de ovário em mulheres na menopausa, que têm um risco médio de desenvolver a doença, se mostrou promissor, segundo um estudo clínico cujos resultados foram divulgados na quinta-feira (20/05).
A estratégia é baseada em um modelo matemático chamado ROCA (Risk of Ovarian Cancer Algorithm), que integra a evolução dos resultados das análises de sangue da CA-125 (proteína cuja taxa aumenta com a presença de câncer de ovário) a idade da paciente, a ecografia transvaginal e o exame do especialista.
"Mais de 70% dos casos de câncer no ovário são diagnosticados em estado avançado, o que faz de um método de detecção eficaz no início da doença uma espécie de Graal", explicou a doutora Karen Lu, professora do centro de câncer Anderson, da Universidade do Texas.
A doutora Lu apresentou o estudo em teleconferência organizada pela American Society of Clinical Oncology (ASCO).
"Se os resultados forem confirmados em estudos mais amplos, este novo método de detecção pode se converter em uma ferramenta relativamente barata e útil para detectar câncer de ovário nas primeiras fases de desenvolvimento, quando a cura ainda é possível, mesmo com os mais agressivos".
O estudo envolveu 3.238 mulheres na menopausa, com entre 50 e 75 anos, sem antecedentes familiares particulares de câncer de ovário ou de mama. O grupo foi analisado durante oito anos.
Com base no teste ROCA, 99,7% dos tumores foram detectados nas primeiras fases, o que também permitiu identificar uma taxa muito baixa de falsos alertas.
Um estudo com 200 mil mulheres para avaliar o ROCA está atualmente em curso na Grã-Bretanha e deve ser concluído em 2015.